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    Gasto brasileiro no exterior cai 30%, e tem menor nível em abril em 5 anos

    ISABEL VERSIANI
    DE BRASÍLIA

    26/05/2015 11h39

    Joe Raedle/Getty Images/AFP
    Consumidora de Miami (EUA) olha manequim; gastos dos brasileiros no exterior caíram 30%
    Consumidora de Miami (EUA) olha manequim; gastos dos brasileiros no exterior caíram 30%

    O gasto de brasileiros com viagens no exterior caiu 30% em abril comparado com o mesmo mês do ano anterior, e chegou a US$ 1,6 bilhão. Trata-se do menor patamar para o mês em cinco anos.

    Quando considerado o intervalo de janeiro a abril comparado com o mesmo período de 2015, esse tipo de despesa teve queda de 16%, para US$ 6,9 bilhões. Os valores menores vêm em um contexto de alta do dólar —que subiu cerca de 19% do começo do ano até hoje— e queda na renda.

    "Há uma mudança de comportamento, claro, sempre ressaltamos que essa despesa seria sensível à taxa de câmbio", afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.

    Ele acrescentou que a expectativa é que os gastos com viagens sigam em queda até o final do ano. Dados preliminares de maio mostram que a despesa somou US$ 1,125 bilhão até o dia 22.

    SALDO NEGATIVO CAI 12,4%

    A queda dos gastos de viagens, junto a menos importações e menos remessas de lucro ao exterior (leia mais abaixo), ajudou a diminuir o saldo negativo das transações brasileiras internacionais em geral.

    Ele foi para US$ 32,5 bilhões até abril, uma queda de 12,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

    Apesar disso, caiu também o valor dos investimentos estrangeiros diretos no Brasil, que eram US$ 29,7 bilhões de janeiro a abril de 2014 e foram para US$ 18,9 bilhões no mesmo período de 2015 –bem abaixo do rombo de US$ 32,5 bilhões.

    Mesmo com o deficit menor, a diferença em relação aos investimentos no setor produtivo deixa o país mais dependente de recursos como aplicações em títulos e ações, que são mais voláteis, ou seja, variam mais com as mudanças do mercado.

    O BC prevê que as transações correntes fecharão o ano com deficit de US$ 84 bilhões, depois de um rombo de US$ 104,8 bilhões em 2014.

    ENVIO DE LUCROS E IMPORTAÇÕES

    Também contribuiu para a queda no deficit o envio menor de lucros das empresas para o exterior e menos importações de bens e serviços.

    Dos primeiros quatro meses de 2014 para cá, o deficit da conta de serviços caiu de US$ 14,6 bilhões para US$13,8 bilhões.

    Também teve queda o valor dos juros e lucros enviados pelas empresas ao exterior —de US$ 16,7 bilhões de janeiro a abril de 2014 para US$ 13,4 bilhões no mesmo período de 2015.

    Quando considerado apenas o mês de abril, o deficit foi de US$ 6,9 bilhões nas transações brasileiras com o exterior. Com uma mudança de metodologia desde o mês passado, e dados revisados apenas de janeiro de 2012 para cá, é impossível comparar parte dos indicadores com períodos anteriores.

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