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    Fundo do governo de Cingapura compra fatia na Rede D'Or São Luiz

    RENATA AGOSTINI
    DE SÃO PAULO

    27/05/2015 19h08

    A Rede D'Or São Luiz, a maior rede de hospitais privados do país, ganhará novo sócio. O GIC, fundo do governo de Cingapura, pagará R$ 3,2 bilhões para adquirir cerca de 15% do negócio.

    O anúncio, feito nesta quarta-feira (27), ocorre um mês após o fundo americano Carlyle informar o investimento de R$ 1,75 bilhão na empresa por meio de um aumento de capital – quando os sócios permanecem no negócio, mas têm sua participação diluída.

    Os cingapurenses comprarão ações da família Moll, que fundou a rede na década de 70 e mantém o controle até hoje, e do banco BTG Pactual, segundo maior acionista da empresa.

    Com isso, os Moll passarão a deter cerca de 61% do negócio, segundo apurou a Folha. O BTG terá pouco menos de 16%. Em seguida, virá o GIC com aproximadamente 15%. E finalmente o Carlyle com cerca de 8%.

    A operação renderá ao BTG lucro de aproximadamente R$ 1 bilhão. O banco emprestou R$ 600 milhões à empresa em 2010 e, no ano passado, converteu a dívida em ações, tornando-se sócio.

    As negociações para a entrada dos fundos começaram há cerca de três meses e ocorreram em paralelo, de acordo com executivos que participaram das conversas.

    Foi o próprio BTG que apresentou os cingapurenses à família Moll. O GIC é sócio do banco de André Esteves desde 2010 e seguiu como acionista mesmo após a abertura de capital da instituição financeira.

    Já a aproximação do Carlyle foi facilitada por Heráclito Brito, atual presidente da rede de hospitais. O executivo comandou a Qualicorp, um dos primeiros investimentos do fundo americano no Brasil.

    No final do mês passado, com a decisão do Carlyle de investir na empresa, os executivos de Cingapura aceleraram as tratativas para que os dois negócios fossem concretizados em conjunto - a operação do Carlyle foi finalizada somente nesta segunda-feira (25).

    Os dois fundos possuirão assentos no Conselho de Administração da Companhia, mas não terão posições executivas.

    MUDANÇA NA REGRA

    A entrada dos fundos no capital da Rede D'Or foi possível graças à decisão do governo de liberar a partir deste ano a entrada de capital estrangeiro em hospitais e clínicas do país – até o ano passado, isso era permitido só no caso de planos de saúde.

    Fundada em 1977, a rede D'Or possui atualmente 29 hospitais (entre próprios e administrados) e 30 clínicas de oncologia nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco e no Distrito Federal. O grupo tem 33 mil empregados e 85 mil médicos credenciados.

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