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    Schahin vai à Justiça para retomar contratos de sondas com Petrobras

    SAMANTHA LIMA
    DO RIO

    28/05/2015 18h08

    O Grupo Schahin informou que vai entrar na Justiça para tentar reverter a decisão da Petrobras de cancelar contratos para contratação e operação de cinco sondas de perfuração. Uma delas perfurava no pré-sal da Bacia de Santos.

    Mergulhado em crise financeira, acelerada pelos desdobramentos da Operação Lava Jato, o grupo chegou a pedir recuperação judicial para suas 28 empresas, diante das dívidas de R$ 6,4 bilhões. A Justiça concedeu a recuperação a apenas nove.

    De acordo com a fornecedora, a decisão, comunicada pela estatal no fim da semana passada, foi tomada de forma unilateral. As sondas são usadas para fazer perfurações de poços para a atividade de exploração, na fase de descoberta e delimitação das reservas.

    O grupo alega que a rescisão colocará em risco 1.000 empregos e prejuízos superiores a US$ 4 bilhões.

    A decisão da Petrobras ocorre quase dois meses depois de o Shahin ter informado à estatal, dias antes de pedir recuperação judicial, que pararia a operação dessas mesmas sondas, pelo prazo de 60 dias.

    O grupo alega que, menos de um mês depois, havia informado à Petrobras que estava pronta para retomar a operação das unidades, porque se sentia mais confortável financeiramente.

    A Schahin Engenharia é uma das 26 da lista de empresas com as quais Petrobras suspendeu contratações, como desdobramento das investigações da Lava Jato.

    Perguntado se a decisão trouxe algum impacto também às três plataformas de produção que operam em Campos e Santos, além de duas encomendadas para o pré-sal, todas em parceria com a Modec, o grupo Schahin não respondeu.

    OUTRO LADO

    Por nota, a Petrobras informou que as rescisões com os contratos da Schahin "foram motivadas por descumprimento contratual" e têm fundamento expresso nos contratos.

    A empresa disse ainda que "o pagamento aos empregados pela participação nos resultados da Petrobras foi aprovado em assembleia geral extraordinária ocorrida nesta segunda-feira, 25 de maio".

    A assembleia contou com a participação de procuradores da União, controladora da empresa, dona de 50,3% de seu capital votante. Fatias do BNDES e da Previ somam outros 10,3% desse capital.

    A estatal lembra, ainda, que a decisão atende acordo coletivo firmado entre a companhia e a categoria, em março de 2014.

    "O documento prevê o pagamento da PLR nos casos em que a empresa não tenha lucro, mas tenham sido alcançadas todas as metas operacionais. Também conforme o acordo, o valor a ser pago corresponde a metade da remuneração do empregado, acrescido de metade do valor pago da PLR do exercício anterior".

    Petrobras diz, ainda, que a diretoria da empresa –no fim de 2014, ainda comandada por Graça Foster– não faz jus ao pagamento. Toda a diretoria da estatal foi trocada no início deste ano.

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