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    Investimentos caem pelo 7º trimestre, maior sequência da série histórica

    BRUNO VILLAS BÔAS
    GUSTAVO PATU
    DO RIO

    29/05/2015 10h58

    Com empresários pouco confiantes sobre o futuro da economia e crédito mais restrito, os investimentos recuaram 1,3% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o quarto trimestre de 2014, informou o IBGE nesta sexta-feira (29).

    Trata-se do sétimo trimestre consecutivo de queda do PIB. Não existe uma sequência negativa tão longa na série histórica do IBGE, iniciada em 1996.

    Foi também a pior taxa desde o segundo trimestre de 2014 (-4,3%).

    PIB - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

    Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a queda dos investimentos foi de 7,8%.

    Para Rebecca Palis, gerente da coordenação de Contas Nacionais do IBGE, diz que os destaques negativo dos investimentos foram a produção e importação de bens de capitais (máquinas usadas para produzir outras máquinas).

    "Os bens de capital são uma parte importante e a produção nacional recuou", explicou Palis.

    Com o resultado, a taxa de investimento foi de 19,7% no primeiro trimestre deste ano.

    Para economistas, a queda dos investimentos está ligada à menor confiança dos empresários, o aumento do custo de crédito no país e as revelações feitas pela Operação Lava Jato, que afetaram os investimentos da Petrobras e obras em curso de empreiteiras.

    INDÚSTRIA

    A menor produção de bens de capital, ao lado da produção de automóveis, foi também uma das responsáveis pela queda de 0,3% do PIB da indústria no primeiro trimestre deste ano, frente aos três últimos meses do ano passado.

    DESEMPENHO DA PRODUÇÃO - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

    O ramo da transformação, o de maior peso dentro da indústria, caiu também 1,6% na mesma base de comparação. O setor foi afetado pelo menor consumo de bens duráveis (como carros e eletrodomésticos) pela população, após a retirada de incentivos fiscais.

    A queda da indústria não foi maior porque cresceram as atividades extrativa mineral (3,3%) e a construção civil (1,1%). O maior destaque negativo foi eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-4,3%).

    "Com uso mais intensivo de energia mais cara das térmicas, a redução do consumo de água e o menor consumo das indústrias, o setor ajudou a puxar a indústria para baixo", disse Palis.

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