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    Dólar bate R$ 3,19 e Bolsa cai, apesar de queda do PIB menor que a esperada

    DE SÃO PAULO

    29/05/2015 12h41

    O desempenho menos ruim que o esperado da economia brasileira no primeiro trimestre deste ano não foi suficiente para aliviar a pressão nos mercados de ações e de câmbio nesta sexta-feira (29). Os investidores seguem na defensiva, à espera de resultados efetivos das medidas de reequilíbrio das contas públicas no Brasil.

    Às 12h40 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,37% sobre o real, cotado em R$ 3,184 na venda. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a bater R$ 3,195. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançava 0,63%, também para R$ 3,184. Ambos estão em seu maior valor em dois meses.

    O PIB (Produto Interno Bruto), medida da produção de bens e serviços do país, caiu 0,2% no primeiro trimestre deste ano, frente aos últimos três meses de 2014, para R$ 1,408 trilhão. Foi o pior resultado desde o segundo trimestre do ano passado, quando o PIB recuou 1,4%.

    "Na nossa visão, apesar de melhor que o esperado, o PIB do Brasil continua revelando um quadro negativo da economia brasileira (queda nos investimentos e enfraquecimento do consumo)", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho. "Mantemos nossa previsão de contração de 1,5% do PIB neste ano e continuamos esperando mais enfraquecimento da economia brasileira no segundo trimestre."

    Nos Estados Unidos, o PIB caiu 0,7% entre janeiro e março –a primeira estimativa era de crescimento de 0,2%. Apesar mais fraco, o número ficou acima da expectativa do mercado financeiro, de queda de 1%.

    O mercado segue atento ao eventual início do aperto monetário na maior economia do mundo ainda em 2015, o que pode diminuir a atratividade de investimentos em outros mercados. As avaliações ouvidas pela Folha apontam que o Federal Reserve (banco central americano) deve começar a subir o juro básico daquele país em setembro ou dezembro.

    Uma alta do juro americano deixaria os títulos do Tesouro dos EUA -que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco- mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias. A menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação da moeda americana para cima.

    "Embora os indicadores tenham sido melhores, o mercado de câmbio segue na defensiva, à espera dos resultados do ajuste fiscal no Brasil. Hoje é dia de formação da ptax [taxa média do dólar calculada pelo Banco Central], o que sempre deixa o mercado mais estressado. Além disso, há dúvida quanto ao futuro das atuações do BC no câmbio", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

    "O dólar deve se manter perto de R$ 3,20. É mais provável que continue nesse patamar do que voltar para R$ 3. Ainda há muita incerteza tanto no exterior como no Brasil, e o mercado sempre monta um cenário com base no caminho menos otimista. Lá na frente, é melhor ter uma surpresa positiva do que negativa", completou Galhardo.

    AÇÕES

    Na Bolsa, o principal índice de ações nacional, o Ibovespa, mostrava recuo de 0,85%, para 53.518 pontos, às 12h40. O volume financeiro girava em torno de R$ 2,3 bilhões. Os bancos, setor com maior peso dentro do Ibovespa, empurravam o índice para baixo. O Itaú recuava 1,10%, para R$ 34,81, enquanto o Bradesco cedia 1,44%, para R$ 28,57. Já o Banco do Brasil tinha baixa de 0,98%, para R$ 23,17.

    O movimento ocorre depois de medidas do CMN (Conselho Monetário Nacional), que elevou a alíquota do depósito compulsório que incide sobre depósitos a prazo de 20% para 25%, com remuneração integral pela taxa Selic. Com esta alteração, o BC estima recolher R$ 25 bilhões a mais do sistema bancário.

    Petrobras e Vale também operavam no vermelho, contribuindo para sustentar a queda da Bolsa. As ações preferenciais (sem direito a voto) dessas companhias tinham perdas de, respectivamente, 0,47% e 0,34%, às 12h40, para R$ 12,61 e R$ 17,14.

    Com Reuters

    Folhainvest

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