Mesmo após duas décadas bem-sucedidas na Apple, em que ajudou a empresa a se tornar a mais valiosa do mundo, a nomeação de Jonathan Ive como diretor de design da companhia dividiu as opiniões entre os observadores da gigante de tecnologia.

Para alguns, o novo posto seria condecorativo (ele era até então vice-presidente de design) e é um sinal de que Ive está pavimentando sua saída, cansado após produzir uma série de produtos inovadores como iPod e iPhone.

	Andrew Cowie/AFP
	Nomeação de Jonathan Ive como diretor de design da companhia gerou dúvidas

Outros, porém, dizem que na verdade ele ganhou mais autoridade.

De qualquer modo, ele é pelo menos o segundo homem mais poderoso da Apple, atrás de Tim Cook, o presidente-executivo. Há quem diga que ele é o mais poderoso, graças à sua relação com Steve Jobs, morto em 2011 e que chegou a chamar Ive de seu "parceiro espiritual".

É difícil lembrar disso hoje em dia, mas Jobs estabeleceu uma tarefa quase impossível no fim do anos 1990 ao retornar à Apple: fugir da commoditização dos PCs, dos caixotes cinzas contendo softwares. E foi com a ajuda de Ive que ele conseguiu mudar onde está o valor do produto –na integração de software, hardware e serviços.

Em 2012, Ive ganhou o comando da parte de design industrial da Apple, além de liderar a parte de softwares. Ou seja, nas suas mãos estão desde como serão as lojas da Apple ou a nova sede da empresa (e sua mobília) até o projeto de um carro da companhia.

Ele tem em suas mãos um poder que nenhum designer jamais sonhou, o que pode explicar por que recentemente deu sinais de fadiga e disse em entrevista "estar profundamente cansado".