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    Produção industrial tem queda pelo 3º mês seguido

    BRUNO VILLAS BÔAS
    DO RIO

    02/06/2015 09h09

    Reprodução/Globo
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    A produção industrial brasileira caiu 1,2% em abril frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais (como o número de dias úteis). É o pior abril desde 2011 (-2,7%).

    Trata-se da terceira queda consecutiva da produção, que já havia recuado em fevereiro (-1,4%) e março (-0,7%) na comparação ao mês anterior.

    Quando comparado ao mesmo mês do ano passado, o setor apresentou uma baixa de 7,6%, informou o IBGE na manhã desta terça-feira (2).

    Nessa base de comparação foi a 14ª queda consecutiva, renovando a mais longa sequência de baixa já vista na série histórica do IBGE, de 2002.

    Economistas e analistas consultados pela Bloomberg News projetavam uma queda de 1,4% da produção em abril, na comparação ao mês anterior e 8,1% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

    Nos quatro primeiros meses deste ano, a queda acumulada da indústria foi de 6,3%. Nos últimos 12 meses, a baixa foi de 4,8%, a mais intensa desde a acumulada em dezembro de 2009 (-7,1%).

    O desempenho ruim se arrasta desde setembro, afetado pela menor demanda doméstica, estoques altos, mercado externo fraco, baixa confiança. Nesse período, acumulou perda de 6,4%.

    QUEDAS GENERALIZADAS

    As perdas foram generalizadas entre as categorias pesquisadas na passagem de março para abril: bens de capital (-5,1%), bens intermediários (-0,2%), bens duráveis (-1,8%) e bens semiduráveis e não duráveis (-2,2%).

    Na comparação a abril do ano passado, chama a atenção a queda de 24% dos bens de capital. Esse grupo é um termômetro do investimento porque inclui máquinas usadas na fabricação de outros bens e áreas como transporte e construção.

    O grupo de bens de capital está em queda há 14 meses consecutivos com empresários pouco confiantes para investir, juros mais altos e o BNDES com uma oferta de crédito mais restrito.

    Entre os setores, novamente queda disseminada. Na comparação entre abril deste ano e o mesmo mês do ano passado, houve queda em 23 dos 26 setores pesquisados.

    O destaque negativo entre os setores ficou para veículos e reboques, com queda de 23,2% pressionada pela redução da produção especialmente de automóveis e caminhões.

    "O setor vem tentando ajusta a produção à demanda com redução da jornada de trabalho, suspensão de contrato, redução de pessoal contratado, de jornadas extras", disse André Macedo, gerente do IBGE.

    Outro destaque negativo ficou para coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-8,4%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-32,6%).

    Dos três setores que tiveram aumento da atividade, o destaque foi a indústria extrativa (11,1%), puxada pelo avanço da produção de minério de ferro e petróleo.

    Produção Industrial de abril de 2015 - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

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