• Mercado

    Sunday, 05-May-2024 02:53:32 -03

    'A produção industrial vai virar', diz Levy após pior resultado desde 2011

    DEBORAH BERLINCK
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

    02/06/2015 15h07

    Evaristo Sá/AFP
    Ministro Joaquim Levy justifica queda na indústria como período de acomodação
    Ministro Joaquim Levy justifica queda na indústria como período de acomodação

    O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, garantiu nesta terça-feira (2) em Paris que "a produção industrial vai virar", ou seja, vai melhorar depois da queda de 1,2% em abril em relação ao mês anterior. É o pior resultado de abril desde 2011 (-2,7%), mas Levy atribui boa parte da queda a veículos, setor com queda de 2,5%.

    "Na parte de automóveis e veículos, obviamente tivemos muitos anos de apoio, uma produção muito mantida pelo crédito público. É um período de acomodação", disse.

    Levy, entretanto, deixou claro que o setor automobilístico continua sendo importante para o governo.

    "Evidentemente, acho que todo o setor é relevante, de autopeças, e temos que pensar bastante. Esta é uma área em que deveríamos ter vantagens competitivas. Tem que ver se a estrutura de proteção [da indústria] favorece ou não [o setor]. Independentemente dos destinos que a indústria teve no passado, continua sendo uma indústria importante", afirmou.

    Sobre a possibilidade de o governo aumentar a proteção ao setor automobilístico, Levy afirmou que "tudo é relativo".

    "Isso é uma questão que tem que ser estudada. A gente não vai fazer nenhum movimento", disse.

    Levy também comentou o câmbio, dizendo que "está no nível em que os mercados decidem e que reflete a percepção da nossa produtividade."

    O ministro falou ao sair de uma reunião com Jean Pisani-Ferry, comissário-geral da France Stratégie, um centro de estudos ligado ao governo francês para pensar estratégias e avaliar políticas públicas. Levy informou que os dois discutiram vários temas, como produtividade, negociações de comércio entre Mercosul e Europa, crescimento econômico e concorrência. "O mundo todo tem passado por um período de baixo de crescimento. Temos desafios em comum [com a França, que também enfrenta problemas de crescimento]. Nós temos a vantagem de uma população relativamente jovem."

    Um dos desafios para o Brasil, segundo o ministro, continua sendo educação, embora o brasileiro esteja "cada vez mais mais educado".

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024