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    Após TCU contestar edital, Aneel adia leilão de linha de Belo Monte

    JULIA BORBA
    DIMMI AMORA
    DE BRASÍLIA

    02/06/2015 16h20

    Lalo de Almeida/Folhapress
    Operario trabalha na construcao da barragem do sitio Pimental da hidreletrica de Belo Monte, no rio Xingu
    Operario trabalha na barragem do sitio Pimental da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu

    A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidiu adiar o leilão da segunda linha de transmissão que escoará a energia da hidrelétrica de Belo Monte.

    O pregão, que estava previsto para ocorrer em 26 de junho, teve seu edital contestado pelo TCU (Tribunal de Contas da União). A previsão é que ele possa ocorrer em 17 de julho.

    Conforme antecipado pela Folha, o Tribunal identificou mais de 100% de aumento no preço previsto para remuneração dos investidores e pediu à agência reguladora para rever os critérios utilizados.

    Caso a agência não reavaliasse o texto, o TCU poderia suspender a concorrência. Um atraso na obra de transmissão implica em aumento no risco de a usina começar a produzir antes que a obra esteja pronta.

    Quando isso ocorre, a hidrelétrica deixa de enviar energia para o sistema e o custo acaba sendo transferido para o consumidor.

    Belo Monte deverá iniciar a produção de energia no próximo ano e ficará em construção até 2019.

    A previsão é que, a partir de 2018, a usina tenha mais de metade das suas turbinas principais já em funcionamento o que, em tese, demandaria o uso da segunda linha prevista.

    ENTRAVE

    O edital para a segunda linha de transmissão de Belo Monte previa preço teto 115% superior ao da primeira, licitada no ano passado: R$ 1,4 bilhão, contra R$ 650 milhões.

    O leilão da primeira linha ainda terminou com um deságio de 38%, e o valor ficou em R$ 434,6 mil ao ano.

    De acordo com o TCU, a tentativa de aumentar a receita para os empresários é uma demonstração de que a agência reguladora teme um número baixo de interessados, "em face das mudanças ocorridas no cenário econômico nacional".

    O adiamento do leilão deve servir para que a Aneel acate algumas das recomendações feitas pelo Tribunal.

    O pagamento da receita anual para os investidores recai sobre a tarifa dos consumidores. Portanto, quanto mais caro for o serviço prestado pela empresa que irá cuidar da operação e manutenção da linha, maior será o impacto sobre a conta de luz.

    A concessão da segunda linha de transmissão para Belo Monte, com 2.518 km, terá duração de 30 anos.

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