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    Bolsa fecha em alta de 2% guiada por ações de bancos e Vale

    DE SÃO PAULO

    10/06/2015 18h16

    A forte valorização das ações de bancos e da mineradora Vale, em movimento de recuperação das perdas registradas desde o fim da semana passada, fez o principal índice da Bolsa brasileira ganhar mais de mil pontos nesta quarta-feira (10).

    O Ibovespa fechou o dia com valorização de 2,01%, para 53.876 pontos (1.060 pontos a mais que no fechamento da véspera). O volume financeiro foi de R$ 7,636 bilhões –acima da média diária do mês de junho, de R$ 6,093 bilhões, e da média diária de 2015, de R$ 6,949 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa.

    "Houve um otimismo generalizado nesta sessão. As Bolsas do mundo inteiro subiram com a expectativa de que os líderes europeus chegarão a um acordo para amenizar a crise grega", disse Linican Monteiro, executivo da equipe de análise da UM Investimentos. "A Bovespa teve fraco desempenho nos últimos três dias da semana passada e, diante da falta de notícias, o otimismo externo foi a brecha que os investidores encontraram para comprar ações."

    Os papéis de bancos, segmento com maior peso dentro índice, estiveram entre as maiores altas. O Itaú Unibanco ganhou 2,93%, para R$ 33,76, enquanto a ação preferencial do Bradesco (sem direito a voto) subiu 3,48%, para R$ 28,23. O Banco do Brasil teve valorização de 3,06%, para R$ 23,21, e o Santander Brasil viu seu papel avançar 3,22%, para R$ 16,05.

    Segundo analistas, diminuiu a probabilidade do governo extinguir o mecanismo de JCP (Juros sobre Capital Próprio) para ajudar a incrementar a arrecadação. Os estrategistas do Bank of America Merrill Lynch citaram em nota a clientes um estudo do governo federal que aponta para um ganho potencial de arrecadação de R$ 5,84 bilhões por ano com o fim do JCP, bem inferior ao especulado anteriormente, de um intervalo entre R$ 11 bilhões e R$ 14 bilhões.

    A Vale também ajudou a sustentar o ganho do Ibovespa no dia, com seu papel preferencial fechando em alta de 4,77%, para R$ 17,80. O preço à vista do minério de ferro na China superou US$ 65 nesta quarta-feira, conforme os estoques nos portos do país completam a oitava semana de queda, com a cotação equiparando-se ao nível de meados de fevereiro deste ano. O país asiático é o principal destino das exportações da mineradora brasileira.

    O presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse que a China deverá reduzir sua produção de minério com alta concentração de ferro em 2015, o que foi bem recebido por analistas. A mineradora também está em negociações com vários investidores para vender seu projeto de potássio Rio Colorado, na Argentina, segundo o governo daquele país.

    A venda faz parte do plano de desinvestimento da companhia, motivo pelo qual ela também não está interessada no pacote de concessões de R$ 198 bilhões anunciado pelo governo federal na terça-feira (9). Ferreira disse que a empresa está com uma "limitação grande de investir em logística agora".

    A ação preferencial da Petrobras também fechou no azul, apesar de ter apresentado instabilidade ao longo do dia. Depois de ter oscilado entre alta de 3,62% e queda de 0,39%, o papel fechou o pregão com avanço de 0,62%, para R$ 13,05.

    O que gerou instabilidade ao preço das ações da estatal, segundo analistas, foi uma declaração do diretor de Gás da companhia, Hugo Repsold, à Reuters. O executivo afirmou que é "muito difícil" que o plano de negócios para o período entre 2015 e 2019 da Petrobras seja levado para aprovação do conselho de administração da petroleira na reunião prevista para o dia 26 de junho.

    Segundo Repsold, alguns detalhes ainda precisam ser definidos. "Isso (o plano) não é algo para ser feito com pressa", afirmou à agência de notícias, na saída de um evento na Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro.

    CÂMBIO

    No mercado de câmbio, o bom humor externo chegou a derrubar o dólar para R$ 3,064 durante o dia, mas a cotação da moeda americana voltou a subir pela tarde porque, segundo operadores, o baixo preço da divisa motivou grandes compras por parte dos participantes do mercado.

    O dólar comercial, usado no comércio exterior, fechou em alta de 0,41% sobre o real, cotado em R$ 3,115 na venda. A moeda chegou a cair até 1,23% ao longo do dia. Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro, encerrou o pregão com desvalorização de 0,25%, para R$ 3,092 –mais cedo, havia caído até 1,18%.

    Investidores seguiram monitorando a postura do Banco Central brasileiro em relação às ofertas de swap cambial (operação que equivale à venda futura de dólares), após a autoridade monetária continuar fazendo neste mês rolagem parcial do lote de contratos que vence em julho. O BC rolou nesta quarta-feira 7.000 contratos de swap, em uma operação que movimentou US$ 339,8 milhões.

    Com Reuters

    Folhainvest

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