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    Dono da Azul comprará companhia aérea portuguesa TAP

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    11/06/2015 10h59

    O governo de Portugal confirmou em comunicado nesta quinta-feira (11) que escolheu o consórcio liderado pelo investidor americano nascido no brasil David Neeleman, dono da Azul, no processo de privatização da companhia aérea TAP.

    Ele vence, dessa forma, a oferta do empresário colombiano-brasileiro Germán Efromovich, dono da Avianca. A compra da TAP é estratégica para a exploração de voos da Europa para o Brasil e no sentido contrário, já que muitos fazem escala em Portugal antes de seguir viagem.

    A proposta do dono da Azul pela estatal portuguesa, que tem dívidas de 1,34 bilhão de euros, foi de 354 milhões de euros, quantidade mínima que pode aumentar em função da atividade da companhia durante 2015 e à qual se soma a incorporação à frota de 53 novos aviões.

    A compra ocorre via o consórcio Gateway, liderado por Neeleman em parceria com Humberto Pedrosa, dono da empresa de transportes Barraqueiro.

    Com a decisão, tomada nesta quinta-feira (10) pelo conselho de ministros português, o comprador deve controlar 66% da companhia portuguesa, embora 5% desse total sejam reservados aos funcionários.

    A operação precisa, no entanto, do sinal verde da Comissão Europeia, já que as regras do bloco impedem que companhias aéreas com sede na UE sejam controladas em mais de 50% por um proprietário não europeu –motivo pelo qual Neeleman se aliou ao empresário português.

    A oferta perdedora –apresentada por Germán Efromovich, dono da companhia aérea Avianca– a priori não sofria empecilhos nesse sentido, porque o magnata tem passaporte polonês.

    Os concorrentes haviam entregado na sexta-feira passada suas propostas finais. Segundo o jornal português Económico, o projeto de Neeleman, a disponibilidade para investir e os projetos de capitalização da empresa, e uma oferta mais vantajosa, foram determinantes para a decisão.

    Além da companhia aérea, a TAP inclui uma empresa especializada em manutenção e engenharia no Brasil e a firma de gestão de carga e bagagens Groundforce.

    Segundo a informação fornecida pelo Executivo português na folha de condições original, o Estado manterá em seu poder 34% dos títulos do grupo, embora possa vir a vendê-lo ao mesmo comprador "durante os dois anos seguintes" à assinatura do contrato, sempre que o vencedor da licitação cumprir todas as condições.

    A privatização em si vinha sendo criticada, e chegou a ser suspensa no começo do mês por decisão judicial.

    Em 2012 o governo português já havia tentado a venda, mas acabou optando por rejeitar a única oferta apresentada então, a de Efromovich, por um valor que rondava os 340 milhões de euros, devido à falta de garantias.

    A TAP transportou no ano passado cerca de 11,4 milhões de passageiros –recorde da companhia– para 88 destinos na África, na Europa e na América, continente este último onde é líder nas conexões entre Brasil e Europa, apesar de ter terminado o exercício fiscal com perdas de 85 milhões de euros.

    A companhia aérea, que opera desde 1945, conta com mais de 5.000 funcionários e uma frota de 77 aviões.

    Em nota, a Azul parabenizou Neeleman e afirmou acreditar que a aquisição da companhia portuguesa será uma boa oportunidade para o Brasil, já que Portugal é a principal porta de entrada dos brasileiros para a Europa e a TAP é fundamental em tal demanda.

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