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    Restaurantes lançam serviços de delivery para escapar de crise

    BÁRBARA PEREIRA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    15/06/2015 01h55

    O delivery de alimentos é a aposta de muitos bares e restaurantes que querem garantir o crescimento em um ano de economia difícil.

    O setor de entrega deve movimentar R$ 9 bilhões em 2015 (R$ 1 bilhão a mais que em 2014), segundo dados da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes). Animados com o crescimento, estabelecimentos têm investido na implementação e na ampliação desse serviço.

    É o caso do bar de espetinhos Assim Assado, que existe há 11 anos e desde o início de 2015 estuda a implementação de um sistema de delivery on-line e via telefone. A ideia é que o serviço comece a funcionar ainda neste ano e resulte em um aumento de 30% no faturamento até 2016.

    "Desde que abrimos, fomos reticentes porque não achávamos que o espetinho funcionasse para entrega, mas achamos a embalagem correta para esse fim", conta Wagner Monteiro, 37, proprietário do estabelecimento.

    Bruno Santos/Folhapress
    Wagner Ferreira Monteiro, 36, proprietário do restautante Assim Assado, que pretende adotar sistema de entregas
    Dono do restaurante Assim Assado, que pretende adotar sistema de entregas

    A maior aposta é nos aplicativos de celular, ainda que isso custe mais -os apps cobram comissão. "Mas, segundo as nossas pesquisas, o resultado é melhor. Tenho amigos que saíram da entrega on-line e viram as vendas cair demais", diz Monteiro.

    A consultora do Sebrae-SP Karyna Muniz diz que a implementação dos pedidos on-line e por telefone pode ser uma maneira de amenizar os efeitos do cenário econômico desfavorável.

    "O impacto da crise vai ser mais sentido em estabelecimentos físicos, ligados ao entretenimento, que representem gastos extras. Quem cobra um preço justo pela entrega terá até um incremento no faturamento", afirma.

    DIFICULDADES

    Apesar do potencial, é preciso considerar se o delivery por aplicativo é adequado para o restaurante e seu público.

    A rede de pizzarias Kadalora começou a usar os apps em junho de 2014, mas viu que a adesão ao sistema varia de acordo com a vizinhança de cada unidade.

    "Na zona oeste de São Paulo, por exemplo, o público é mais velho, mais tradicional e não usa tanto. Já na loja do Butantã, que fica perto da USP, fazemos muitas ações no aplicativo porque é um público mais jovem, que mora sozinho e usa mais essa opção", diz o empresário Valmor Friedrich, 44, dono da Kadalora.

    Os pedidos feitos pela internet representam até 30% do total das vendas em algumas unidades da rede.

    Além disso, deve-se considerar que a oferta do delivery exige investimentos. Os aplicativos funcionam apenas como uma central de pedidos -a parte de logística, por exemplo, é responsabilidade do restaurante.

    "Você pode ter uma equipe de entrega própria ou terceirizar esse serviço. O empresário tem que ter atenção para qualidade. O produto não pode chegar virado, por exemplo, porque o entregador correu", diz Karyna.

    A rede de lanchonetes Black Dog decidiu pedir ajuda especializada no assunto.

    "Profissionalizamos o serviço de frete. Antes, contratávamos motoboys direto pela empresa, mas agora terceirizamos a entrega", conta Eduardo Bueno, 29, diretor-executivo da empresa. "O custo é maior, mas é mais seguro", afirma.

    O faturamento das unidades da Black Dog que implementaram o sistema de pedidos on-line subiu até 50%.

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