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    Queda 'rápida e profunda' no comércio surpreende economistas

    BRUNO VILLAS BÔAS
    DO RIO

    16/06/2015 12h30

    Joel Silva/Folhapress
    Supermercado em São Paulo; comércio teve neste ano pior mês de abril desde 2001
    Supermercado em São Paulo; comércio teve neste ano pior mês de abril desde 2001

    A intensidade da queda das vendas do varejo em abril, de 3,5% frente ao mesmo mês do ano passado, surpreendeu os economistas, que esperavam em média um recuo de 1,8%.

    Segundo Paulo Neves, da LCA Consultores, os indicadores que o mercado usa para antecipar o resultado do IBGE estavam menos ruins.

    É o caso das vendas da Associação Brasileiras dos Supermercados, da movimentação de veículos leves em rodovias e dos índices da Serasa de vendas do varejo.

    "Entre as atividades pesquisadas, a surpresa foi generalizada. É uma crise mais profunda do que se imaginava porque envolve mercado de trabalho, crédito, inflação", disse Neves.

    Vendas no varejo

    No banco Fator, o economista José Gonçalves disse que a velocidade com que as vendas do varejo pioraram dificultou o trabalho dos economistas em projetar o indicador.

    "Não existe muito paralelo histórico dessa piora do varejo com essa velocidade", afirmou o economista, que previa um avanço de 0,7% do IPCA em abril, frente a março.

    A LCA esperava uma queda de 2,7% na vendas do varejo. Com o resultado pior que o esperado, a consultoria mudou sua expectativa para 2015 de alta de 0,2% para queda de 0,6%.

    Thiago Biscuola, economista da RC Consultores, disse que foi surpreendido com os resultados de vestuário e de supermercados.

    Na comparação ao mesmo mês do ano passado, as vendas de hiper e supermercados recuaram 2,3%, divulgou o IBGE nesta terça-feira (16).

    "A compressão da renda das famílias impactou forte o segmento. Os preços estão altos e, por isso, reduzem as compras. Quando isso chega ao supermercado, que vende produtos mais essenciais, é porque a crise é mais séria", disse Biscuola.

    Biscuola disse que também previa uma queda de 2,7% nas vendas do varejo em abril. E, com o resultado reviu sua projeção para o ano de queda de 1,4% para 1,8%.

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