O Colorado, um dos Estados americanos mais tolerantes com o uso de maconha, decidiu que fumar a erva mesmo fora do local e do horário de trabalho é um bom motivo para demissão.
Essa foi a conclusão unânime da Suprema Corte nessa segunda-feira (15), referente a um caso que foi bastante acompanhado pela imprensa americana sobre um funcionário que trabalhava com atendimento ao consumidor e fazia uso medicinal da erva para aliviar os espamos dolorosos que vinha sentindo desde um acidente de carro que deixou parte de seu corpo paralizado.
Rick Wilking/Folhapress | ||
Funcionário cataloga pés de maconha em local de cultivo legalizado no Colorado (EUA) |
Brandon Coats foi demitido da Dish Network em 2010 após se submeter a um teste aleatório que verificava o uso de drogas entre os funcionários.
A decisão da corte foi um golpe para os defensores da maconha, que têm visto a Justiça americana emitir julgamentos contrários ao uso de drogas sistematicamente, defendendo a visão de que as empresas teriam o direito de criar as suas próprias políticas de drogas.
A derrota de Coats mostra os limites da legalização da maconha nos moldes em que isso vem sendo feito nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo em que mais Estados vêm aprovando o uso medicinal ou recreativo da maconha, ela continua sendo considerada uma droga controlada pelo governo federal.
"Em muitos aspectos, é o governo federal quem tem a última palavra nesse assunto", diz Sam Kamin, professor de direito da Universidade de Denver que estuda o aspecto legal da maconha.
"Enquanto houver uma proibição federal a esse respeito, os Estados só podem avançar até determinado ponto", diz.
Hoje, vinte e três Estados americanos permitem o uso medicinal da maconha e o Colorado é um dos quatro Estados que legalizaram seu uso recreativo para adultos.