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    o brasil que dá certo - saúde

    Indústria desenvolve máquinas adaptadas à necessidade local

    JOANA CUNHA
    DE SÃO PAULO

    18/06/2015 02h00

    Ainda carente de investimentos, o setor brasileiro de hospitais despontou como um mercado promissor para multinacionais fornecedoras de equipamentos, que apostam na adaptação de máquinas para a demanda local.

    "É um trabalho que visa melhorar a eficiência dos hospitais, oferecendo apenas as funções que cada instituição precisa, sem desperdício", diz Carlos Goulart, presidente-executivo da Abimed (associação que reúne a indústria de produtos para saúde).

    SAÚDE
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    Um exemplo é o lançamento de um tomógrafo móvel pela Siemens e pela empresa de furgões Truckvan, há cerca de um mês. O equipamento é produzido no Brasil.

    "Pelas dimensões continentais, é difícil que todos os municípios tenham esse porte de tecnologia em seus hospitais. A ideia é atender diferentes localidades com um único equipamento", diz Cláudio Campos, gerente da unidade de tomografia computadorizada da Siemens.

    Segundo ele, a pressão por custo-benefício é maior no Brasil do que nos Estados Unidos ou na Europa.

    "A remuneração por exames é menor no Brasil, ou seja, os custos precisam ser menores. Recentemente, isso se intensificou por causa da desvalorização cambial, que tem impacto nas peças importadas, e do encarecimento da energia", diz Campos.

    O braço de saúde da multinacional GE expandiu a sua carteira de clientes no país após a empresa iniciar fabricação nacional, em 2010, em Contagem (MG), com a produção de raio-x.

    Desde então, a unidade progressivamente introduziu a produção de tomografias, arcos cirúrgicos, ressonâncias e adicionou a linha de ultrassom em 2014.

    O resultado foi uma expansão das vendas a hospitais fora do eixo Rio-SP, impulsionadas pelas linhas de crédito Finame, do BNDES, segundo Daurio Speranzini Júnior, presidente da GE Healthcare na América Latina.

    "Os equipamentos que fazem parte da linha de crédito contam com taxas de juros de 7% e 9% ao ano. São atrativas se comparadas aos 16% a 23% de juros ao ano praticados pelos bancos comerciais", diz Speranzini Júnior.

    Editoria de Arte/Folhapress

    FINANCIAMENTO

    Segundo o BNDES, os equipamentos para diagnóstico por imagem, que possuem custo unitário alto, apresentaram as maiores taxas de crescimento nos financiamentos nos últimos anos.

    Do total de ressonâncias da GE produzidas no Brasil em 2014, apenas 27% destinaram-se ao eixo Rio-SP, um índice que já chegou a ser 70%.

    Entre seus clientes, estão instituições públicas e privadas de Estados como Maranhão, Piauí e Tocantins. São, em geral, compradores da primeira ressonância. Para tais regiões, a demanda maior é por máquinas equipadas com softwares mais básicos, e, portanto, de menor custo.

    "Com o tempo, entendemos que esse era um público que não precisava só de equipamentos, mas também de treinamento para utilizá-los", afirma o executivo da GE.

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