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    Pacote federal terá retorno incerto a pequena empresa, dizem especialistas

    FERNANDA PERRIN
    DE SÃO PAULO

    22/06/2015 02h00

    O plano do governo federal de investir cerca de R$ 190 bilhões em infra-estrutura foi recebido com ceticismo pelo mercado. Muitas das obras previstas, como ferrovias, têm poucas chances de sair do papel, segundo especialistas ouvidos pela Folha.

    Por isso, eles afirmam que a estimativa de R$ 11,4 bilhões em negócios para as pequenas e médias empresas, feita pelo Sebrae, deve ser vista com cuidado.

    "O investimento hoje é uma aposta no futuro, porque há baixa visibilidade das condições macroeconômicas. Há maior incerteza e percepção de risco", diz Cláudio Frischtak, da consultoria internacional Inter.B.

    A Trelicon Pré-Moldados é uma empresa de pequeno porte, mas está envolvida como fornecedora de construtoras responsáveis por grandes obras no Rio de Janeiro, como o novo Maracanã e a expansão do metrô carioca. Ainda assim, José Montoiro, 54, presidente da empresa, afirma já sentir dificuldades.

    "O que acontece no mercado é que o pessoal está quase se afogando. Nós estamos nadando pelas bordas", diz.

    Os resultados fracos do primeiro Plano de Investimento em Logística (PIL), lançado em 2012, são outro alerta. Gabriel Kohlmann, gerente da área de infra-estrutura da consultoria Prospectiva, diz que por volta de 30% das obras previstas foram realizadas. Para o novo PIL, anunciado no início deste mês, ele espera no máximo 50%.

    Segundo o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, ainda que o PIL não cumpra todas as suas promessas, ele é interessante para as pequenas empresas porque traz perspectivas de negócios em um cenário de instabilidade.

    "É uma grande oportunidade para melhorar essas empresas, porque ser fornecedor exige um grau de qualificação e de inovação", diz.

    De acordo com os consultores, as ferrovias são os projetos menos interessantes para as pequenas e médias empresas, porque a probabilidade de concretização é baixa. Um segundo problema é que é uma obra que envolve alta especialização e demanda materiais específicos, como trilhos e dormentes.

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