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    OAS apresenta plano de recuperação, mas não tem apoio dos credores

    DE SÃO PAULO

    20/06/2015 17h23

    A construtora OAS, que está em recuperação judicial desde o início de abril, divulgou na última sexta (19) o plano de recuperação apresentado à Justiça com as propostas de negociação de dívida com os principais credores. A construtora é alvo de investigação da Operação Lava Jato da Polícia Federal.

    Pelo plano, as principais dívidas voltariam a ser pagas apenas em 2021, após cinco anos de carência, enquanto seriam pagos apenas 0,25% dos juros. A partir de então, começariam os pagamentos dos juros e das amortizações, mediante disponibilidade de caixa.

    Segundo os administradores judiciais, os principais credores foram procurados para negociações, mas os entendimentos não avançaram. Entre os credores, estão os donos de US$ 1,775 bilhões em dívida em atraso. A construtora tem dívidas de R$ 8 bilhões.

    A Justiça de São Paulo nomeou em 1 de abril a consultoria Alvarez & Marsal como administradora judicial do processo. A consultoria ficou encarregada de acompanhar e fiscalizar o andamento da recuperação.

    Nos planos de recuperação judicial, os administradores têm 60 dias para apresentar um plano de recuperação. Após apresentá-lo, os credores têm 30 dias para fazer questionamentos.

    Após esse período, é marcada uma assembleia de credores para votar o plano de recuperação. Caso seja aprovado pela maioria dos credores, a empresa receberá autorização do Juiz para implementá-lo. Se não tiver sucesso na votação, sua falência será declarada.

    O processo envolve a holding OAS S/A e outras nove companhias: Construtora OAS, OAS Empreendimentos, OAS Arenas (SPE Arenas Multiuso), OAS Infraestrutura, OAS Imóveis, OAS Investimentos, OAS Investments GMBH (com sede na Áustria), OAS Investments Limited e OAS Finance Limited (ambas com sede nas Ilhas Virgens Britânicas).

    PROBLEMAS

    Uma das maiores empreiteiras do país, a OAS é alvo da Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras. A construtora, fundada em 1976 e com operação em 19 países, é uma das acusadas de pagar propina a ex-funcionários da estatal em troca de vantagens em licitações e contratos com a petroleira.

    Ao pedir recuperação judicial, a empresa afirmou que passou a ter dificuldades para firmar novos empréstimos ao ser incluída nas investigações. No início do ano, o grupo deu calote em investidores no Brasil e no exterior.

    Para pagar as dívidas, a OAS informou que colocou à venda sua participação na Invepar (24,44%) -que tem a concessão do aeroporto de Guarulhos-, no estaleiro Enseada (17,5%), na OAS Empreendimentos (80%), além das companhias OAS Soluções Ambientais (100%) e OAS Defesa (100%).

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