• Mercado

    Saturday, 04-May-2024 09:49:57 -03

    Câmara aprova texto de projeto que reduz desoneração da folha de salários

    ISABEL VERSIANI
    DE BRASÍLIA

    25/06/2015 01h16

    Ed Ferreira/Folhapress
    O relator do projeto Leonardo Picciani, à esq., ao lado de Joaquim Levy, que era contra criar exceções
    O relator do projeto Leonardo Picciani, à esq., ao lado de Joaquim Levy, que era contra criar exceções

    O plenário da Câmara aprovou nesta quarta-feira (24) o texto-base do projeto de lei que reduz a desoneração da folha de salários, uma das principais medidas do plano de ajuste fiscal do governo Dilma.

    O texto aprovado –por 253 votos a favor, 144 contra e uma abstenção– eleva em mais de 100% a taxação para a maioria dos 56 setores beneficiados com o programa de desoneração da folha, mas abre exceções para alguns segmentos, com um aumento mais brando de tributação.

    Nesta quinta-feira (25), os deputados ainda votarão emendas que podem alterar o teor do texto. Em seguida, o projeto irá para o Senado.

    Além de transportes, comunicação e call center, o relator Leonardo Picciani (PMDB-RJ) incluiu de última hora o setor calçadista entre as exceções.

    Ele também determinou que as empresas de massas, pães, suínos, aves e pescados —setor sub-aproveitado no país não sofrerão aumento de tributação. Uma versão preliminar do seu texto previa um aumento menor das alíquotas para esses setores.

    Segundo Picciani, que é líder do PMDB na Câmara, com as alterações, o ganho de arrecadação com o projeto cairá para cerca de R$ 10 bilhões ao ano.

    Ao anunciar a redução da desoneração, em fevereiro, o ministro Joaquim Levy (Fazenda) estimou uma economia anual de R$ 12,8 bilhões. Levy era contra estabelecer exceções, mas o governo foi obrigado a ceder para garantir a aprovação do texto.

    A desoneração da folha, adotada no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, permitiu aos setores beneficiados substituir a contribuição patronal ao INSS por uma taxação sobre o faturamento (de 1% e 2%).

    Neste ano, em um esforço para aumentar a arrecadação e cumprir a meta fiscal, o governo propôs a redução substancial desse benefício, com o aumento da tributação para 2,5% e 4,5%.

    "É uma sinalização importante para o país", afirmou o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE). "A aprovação mostra que quando você constrói e pacifica, a base vota".

    BEBIDAS

    Picciani também introduziu em seu texto uma mudança na taxação de refrigerantes produzidos na Zona Franca de Manaus que, segundo o deputado, deverá compensar as perdas com o abrandamento proposto por ele na taxação de outros setores.

    Seu relatório prevê que os créditos tributários obtidos pelas produtoras de bebidas frias, como refrigerantes e chás, instaladas na Zona Franca não poderão ser usados para abater impostos incidentes sobre outros produtos, como cerveja.

    Segundo Picciani, o uso indevido desses créditos gera perdas para a Receita Federal que chegam a R$ 2,5 bilhões por ano.

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024