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    Com juros altos, investir R$ 10 mil exige pesquisa redobrada

    TONI SCIARRETTA
    DE SÃO PAULO

    29/06/2015 02h00

    Os juros brasileiros estão no maior patamar em nove anos, mas são poucos os clientes dos bancos que conseguem uma rentabilidade elevada investindo quantias inferiores a R$ 10 mil em aplicações como os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e em fundos do tipo DI.

    O motivo são as taxas de administração altas e os percentuais baixos de remuneração dos CDBs que os bancos dão a pequenos valores.

    Com a recessão, os bancos não precisam captar tanto dinheiro porque caiu a demanda das empresas e dos consumidores por novos empréstimos. Isso explica os percentuais baixos dos CDBs.

    No caso dos fundos, há o agravante de que a poupança está rendendo tão pouco que, mesmo com taxas de administração elevadas, os fundos ainda rendem mais.

    Para valores a partir de R$ 10 mil, no entanto, começam a aparecer aplicações com retornos mais robustos. No Banco do Brasil, por exemplo, já há fundos DI com taxa de administração de 1%.

    Editoria de Arte/Folhapress

    De forma simplificada, isso significa que, dos 13,64% ao ano do CDI (juros dos empréstimos no setor financeiro) da sexta (26), o banco ficará com 1%, e o cliente, com os demais 12,64%. Após descontar o Imposto de Renda, esse cliente terá entre 9,80% e 10,74%, dependendo do prazo da aplicação (veja quadro).

    Se a taxa fosse de 2,5%, que vale para aplicações abaixo de R$ 10 mil, o ganho líquido cai para 8,6% (resgate antes de seis meses) podendo chegar a 9,5% (após dois anos).

    Neste ano, a poupança, que é líquida, deve render 7,44% -menos do que a inflação de 8,97% prevista.

    Fora dos grandes bancos, as corretoras comercializam fundos DI com custos bem menores para aplicações de R$ 10 mil. Na XP Investimentos, há um fundo do BTG Pactual com custo de 0,3% ao ano e outro, da própria XP, a 0,25%. A Easynvest tem um fundo do BNP Paribas com custo de 0,5%.

    É importante notar que, no caso dos fundos de investimento, o risco da aplicação independe do distribuidor, seja ele um banco de primeira linha, seja uma corretora. Diz respeito exclusivamente aos papéis que o fundo investe, sendo que a maioria é de títulos da dívida do governo.

    Para aplicar R$ 50 mil, os custos são ainda menores. A Caixa tem um fundo com taxa de 0,6%, e o BB, de 0,7%.

    Editoria de Arte/Folhapress

    CDB

    Entre os grandes bancos, o Santander e o Bradesco eram os que tinham as melhores condições para investimento em CDB pós-fixado para volumes a partir de R$ 10 mil.

    O CDB pós-fixado é remunerado por um percentual do CDI; quanto mais próximo de 100%, maior a rentabilidade para o cliente (e menor o ganho do banco). Se o banco der só 80% do CDI ao cliente, significa que ficará com 20% para ele. Nesse caso, o ganho do cliente varia de 8,46% (resgate antes de seis meses) a 9,27% (após dois anos).

    Os bancos pequenos, que têm seus CDBs distribuídos pelas corretoras, trabalham com percentuais acima de 100% do CDI para montantes a partir de R$ 10 mil.

    É o caso do CDB do banco Bonsucesso, vendido pela XP Investimentos, que paga 109% do CDI para aplicações de dois anos -são 14,87% bruto, sendo o ganho líquido entre 11,52% e 12,64%.

    No CDB, o risco da aplicação é a quebra da instituição. Para montantes de até R$ 250 mil, há cobertura integral do FGC (entidade gerida pelos bancos para dar garantias a produtos financeiros), o que tornam parecidos os riscos de todas as instituições.

    Folhainvest

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