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    Bovespa segue Bolsas externas e cai 1,9% com aproximação do calote grego

    DE SÃO PAULO

    29/06/2015 14h07

    O principal índice de ações brasileiro acompanha a baixa dos mercados internacionais nesta segunda-feira (29), reflexo da tensão causada pela falta de acordo entre Grécia e seus credores para evitar o calote da dívida de € 1,6 bilhão do país com o FMI (Fundo Monetário Internacional) na terça-feira (30).

    Às 14h05 (de Brasília), o Ibovespa perdia 1,9%, para 52.988 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 2,3 bilhões. No mesmo horário, as Bolsas de Nova York mostravam baixas de mais de 1%. Na Europa, os principais índices acionários caíam mais de 2%, puxados pelos mercados de Milão (-5,17%), Paris (-3,74%), Frankfurt (-3,56%) e Madri (-4,56%).

    A preocupação dos investidores, segundo analistas, é que a Grécia deixe a zona do euro e que o mesmo possa acontecer com outras economias "frágeis" do bloco, como Portugal, Espanha e Itália, caso a crise econômica nestes países se agrave.

    Em meio a negociações emperradas com seus credores, o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras convocou um plebiscito para decidir no próximo domingo (5) se o país aceita as exigências para ter liberadas verbas que permitiriam o pagamento da dívida com o FMI.

    Os bancos gregos amanheceram fechados nesta segunda-feira e houve um anúncio de controles de capital no país –medidas para evitar que haja saques em massa de recursos dos bancos, diante do receio de saída da Grécia da zona do euro, o que agravaria a situação da economia do país.

    Internamente, o mercado repercute o anúncio de corte de investimentos pela Petrobras, que está altamente endividada, nos próximos anos. A medida chegou a ser recebida com otimismo logo após a abertura dos mercados, com as ações da estatal atingindo alta de mais de 1%, mas o ânimo perdeu força e os papéis passaram a cair.

    Às 14h05, as ações preferenciais da companhia, mais negociadas e sem direito a voto, cediam 3,78%, para R$ 12,71 cada uma. Já as ordinárias, com direito a voto, mostravam recuo de 3,95%, para R$ 14,07.

    De acordo com o plano de negócios da Petrobras para o período de 2015 a 2019, divulgado nesta segunda, a estatal vai cortar investimentos e colocar à venda US$ 42,6 bilhões em ativos nos próximos cinco anos. A redução dos investimentos será de 37% em relação ao planejamento anterior, para o período de 2014 a 2018.

    As avaliações de analistas foram positivas, uma vez que a Petrobras vê o custo de sua dívida encarecer, seja por conta da alta do dólar (a maior parte da dívida da empresa está em moeda estrangeira) ou pelo aumento da percepção do risco da empresa pelas instituições financeiras no exterior, o que faz subir a taxa de juros de dívidas contraídas fora do Brasil.

    Às 14h05, apenas quatro das 66 ações do Ibovespa operavam no azul: Marfrig (+0,71%), Energias do Brasil (+0,44%), a ação ordinária da Eletrobras (+0,17%) e a Rumo Logística (estável).

    Além da Petrobras, a Vale também tinha expressiva desvalorização, diante da queda nos preços do minério de ferro da China. O país asiático é o principal destino das exportações da mineradora brasileira. A preocupação com o crescimento da economia chinesa também pressionava os papéis da mineradora.

    Surpreendendo o mercado, o Banco Central do Povo da China cortou no sábado (27) as duas taxas de referência da economia e o montante de reserva de depósito de alguns bancos, em nova tentativa do governo de alcançar o crescimento em torno de 7% para 2015.

    As ações preferenciais da Vale desvalorizavam-se 2,51%, às 14h05, para R$ 16,28. No mesmo horário, as ordinárias caíam 2,59%, a R$ 19,11 cada uma.

    O setor bancário, segmento com maior participação dentro do Ibovespa, também empurrava o índice para baixo. Operavam no vermelho o Itaú Unibanco (-1,35%), o Bradesco (-2,30%), o BB (-2,93%) e o Santander (-2,11%).

    DÓLAR EM ALTA

    No câmbio, o clima de aversão ao risco generalizado elevou a procura por aplicações consideradas mais seguras, como a moeda americana, o que motivou o fortalecimento do dólar em relação às principais divisas globais nesta segunda-feira.

    A tensão causada pela crise grega, porém, é amenizada, segundo operadores, pela briga para a formação da Ptax (taxa média de câmbio calculada diariamente pelo Banco Central, cujo valor no último dia útil de cada mês serve como referência para contratos no mercado financeiro) e pela expectativa de entrada de mais recursos no Brasil, diante do aumento de juros no país.

    Às 14h05, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha leve valorização de 0,12% sobre o real, cotado em R$ 3,128 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançava 0,15%, para R$ 3,133. Mais cedo, a cotação da moeda americana chegou a bater R$ 3,152.

    Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar subia em relação a 14 delas. Já entre as dez mais importantes divisas globais, o dólar mostrava recuo ante oito.

    As atuações do Banco Central do Brasil no câmbio continuam sendo observadas pelo mercado, após a autoridade monetária ter reduzido ao longo do mês suas intervenções através da rolagem de contratos de swap cambial (operação que equivale a venda futura de dólares).

    Na quarta-feira (17), o BC anunciou que passaria a fazer leilão de até 5.200 swaps cambiais diários para estender o vencimento do lote de contratos que vence em julho. Na semana anterior, a autoridade monetária vinha ofertando até 6.300 papéis por dia e, antes disso, até 7.000. Nesta segunda-feira, o BC vendeu todos os 5.200 swaps oferecidos na rolagem, por US$ 253,9 milhões.

    Com Reuters

    Folhainvest

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