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    Grécia e credores retomam negociação para evitar calote

    LEANDRO COLON
    ENVIADO ESPECIAL A ATENAS

    30/06/2015 07h27

    O governo da Grécia e os credores retomaram as conversas na tentativa de um acordo de última hora para evitar o calote de € 1,6 bilhão no FMI (Fundo Monetário Internacional) nesta terça-feira (30).

    A informação foi confirmada à Folha pela assessoria do primeiro-ministro, Alexis Tsipras. Segundo o gabinete de Tsipras, ele conversou por telefone com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi.

    Segundo jornais gregos, o primeiro-ministro Alexis Tsipras havia rejeitado na noite passada uma oferta enviada pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

    No entanto, a mídia local diz que as partes teriam voltado a conversar nesta manhã em busca de uma solução. A Grécia poderia fazer uma nova proposta durante o dia.

    Na mesa de negociação, estão as mesmas bases discutidas até sexta-feira (27) de um ajuste de pelo menos € 7,9 bilhões nas contas públicas, focado em uma profunda reforma na previdência, mais corte de gastos e maior incidência no IVA, o imposto sobre valor agregado.

    A Grécia resiste a essas medidas, mas Tsipras tem sido pressionado a aceitá-las diante do colapso que pode atingir seu país a partir desta quarta.

    O governo tem até as 18h do horário de Washington (1h de quarta-feira, 1º, pelo horário de Atenas) para quitar a dívida com o FMI.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Às 11h25 (horário de Brasília), a bolsa de Londres apresentava queda de 0,85%; Paris, de 0,72%; Frankfurt, de 0,60%; Madri, de 0,27%; Milão tinha alta de 0,27%.

    Após uma segunda-feira de perdas, as bolsas asiáticas fecharam em recuperação nesta terça. A bolsa de Tóquio fechou com alta de 0,63%; Hong Kong, de 1,09%; Xangai, de 5,55%; Seul com alta de 0,67%; Taiwan com alta de 0,94%; Cingapura teve alta de 1,13%; Sydney teve alta de 0,67%.

    Por volta das 12h desta terça (6h, horário de Brasília), a reportagem da Folha presenciou o ministro de Finanças, Yanis Varaoufakis, chegando ao seu escritório no centro de Atenas. Ele falou rapidamente com a reportagem e mais três jornalistas gregos e pediu "calma" à população.

    FILAS PARA SAQUES

    A cidade de Atenas amanheceu com filas nos caixas eletrônicos, no segundo dia de controle de capital, medida tomada pelo governo para evitar a fuga de capital. Os bancos continuam fechados, provavelmente até o começo da semana que vem, após o plebiscito convocado para o domingo (5) sobre o acordo.

    Caso a Grécia chegue a um consenso de última hora com os credores, o plebiscito poderia ser cancelado, segundo lideranças políticas gregas.

    Em entrevista ao "Financial Times", o ministro da Economia grega, George Stathakis, confirmou que o país não pagaria a dívida com FMI nesta terça.

    Tecnicamente, o FMI trata isso como "atraso", mas a Grécia deixou claro que não vai pagar, a não ser que tenha acesso a € 7,2 bilhões, última parcela do socorro recebido de € 245 bilhões do Fundo e do BCE (Banco Central Europeu) desde 2010. O programa de resgaste externo da Grécia também termina nesta terça.

    Grécia
    Para liberar os recursos, os credores cobraram cortes de gastos e aumentos de tributos que a Grécia não aceitou. As negociações foram suspensas no sábado, depois que o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, pediu a prorrogação da dívida por um mês por causa do plebiscito.

    Na noite passada, Tsipras deu uma entrevista na TV defendendo o voto pelo "não", ou seja, contra o acordo. "O plebiscito é uma arma para nós, para o povo grego", disse. "Se tivermos um alto número de pessoas votando 'não', estaremos numa posição mais forte", ressaltou, sugerindo que pode deixar o cargo, dependendo do resultado da votação.

    Eleito em janeiro pelo partido de esquerda Syriza sob o discurso antiausteridade fiscal, ele reafirmou que um voto contra o acordo não significa a saída da zona do euro.

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