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    Não faço ideia do que seja esse acordo, mas vou votar, dizem gregos

    LEANDRO COLON
    ENVIADO ESPECIAL A ATENAS

    30/06/2015 14h50

    O plebiscito convocado de última hora pelo governo da Grécia sobre a negociação com credores não parece tão simples para quem vai votar a favor ou contra um acordo com a zona do euro.

    Os gregos foram chamados no último fim de semana a decidir no domingo (5) se "aceitam" a proposta feita pelos credores : Conselho Europeu, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).

    Cerca de 10 milhões de pessoas vão responder à seguinte pergunta: "Deve ser aceito o acordo proposto e submetido por CE, BCE, FMI para o Eurogrupo no dia 25 de junho, que consiste em duas partes que formam sua proposta completa?".

    A cédula diz que o primeiro documento se chama "Reforma para conclusão do atual programa e além" e o segundo "análise preliminar de sustentabilidade da dívida". Os eleitores poderão ter acesso aos documentos na hora da votação.

    Diante da complexidade e do tempo curto, o plebiscito praticamente virou uma escolha entre quem quer permanecer e quem sair da zona do euro.

    "Eu não faço ideia do que sejam esses detalhes, para mim é ficar ou não na zona do euro. Vou votar a favor de um acordo, porque não ficou claro o que ocorre se eu votar pelo 'não'", diz Aggeliki Bakolia, 36, secretária.

    Ela conversou com a Folha enquanto sacava os € 60 de um caixa eletrônico no centro de Atenas, limite máximo permitido desde segunda (29), quando o governo impôs restrições bancárias para evitar fuga de capital após a crise pela falta de um acordo.

    A entrevista foi interrompida por Evagelia Antonini, 33: "Você (reportagem) é repórter? Não espalhe pânico, porque essa fila (do caixa eletrônico) não é nada perto do que passamos nos últimos cinco anos".

    Ela também admitiu que vai votar sem conhecer detalhes das negociações entre a Grécia e os credores. Mas disse que optará pelo "não", ou seja, a favor do rompimento com o bloco.

    "Também desconheço os detalhes, mas eu acho que não temos nada a perder. O 'sim' já conhecemos: esses cinco anos que tivemos de desgraça".

    E continuou: "As pessoas estão reclamando do limite de € 60 para saque. Mas quem tem € 60 por dia para sacar tem muita sorte nesse país, porque a maioria não vive com mais de € 800 por mês".

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