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    Exportações do país têm melhor desempenho do ano em junho

    ISABEL VERSIANI
    DE BRASÍLIA

    01/07/2015 15h36

    Juca Varella/Folhapress
    Terminal de exportação de soja no Porto de Santos
    Terminal de exportação de soja no Porto de Santos

    Depois de encerrar 2014 com o primeiro deficit em 14 anos, a balança comercial brasileira registrou neste primeiro semestre um superavit de US$ 2,222 bilhões, em meio a uma expressiva retração das importações.

    Com a fraca atividade econômica doméstica e o dólar em alta, as importações do Brasil encolheram 20,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

    A demanda por produtos externos recuou em todas as principais categorias: máquinas e equipamentos (-21,5%), bens de consumo (-13,7%), combustíveis (-42,5%) e matérias-primas (-13,7%).

    As exportações do país, por outro lado, também caíram no ano, em 14,7%. Nesse caso, o desempenho reflete a forte queda dos preços das principais commodities verificada a partir do segundo semestre de 2014 e também a desaceleração econômica da maioria dos mercados compradores, como Argentina, China e União Europeia.

    O valor das exportações de minério de ferro, por exemplo, despencou 49% no semestre, e o de soja em grão, 22,5%, apesar de os volumes embarcados terem aumentado no período–7,1% e 1,4% respectivamente.

    A queda da demanda do Mercosul, especialmente da Argentina, preocupa porque o bloco é o principal consumidor dos produtos industrializados brasileiros. Não por acaso, as exportações de automóveis caíram 6,6% no semestre e as de autopeças recuaram 9,5%.

    Na semana passada, o ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) disse que o país deve fechar o ano com um superavit comercial de US$ 5 bilhões a US$ 8 bilhões.

    A projeção é mais otimista do que as estimativas do mercado, que apontam para um superavit de US$ 4 bilhões, segundo o mais recente levantamento feito pelo Banco Central. É consenso, no entanto, que a recuperação do saldo comercial vai contribuir para reduzir a demanda do país por capital externo no ano –ainda que à custa da perda do dinamismo da economia.

    US$ 4,5 BI EM JUNHO

    Em junho, a balança comercial teve o maior saldo do ano, de US$ 4,527 bilhões, como resultado da retração contínua das importações e também de uma melhora no desempenho das exportações.

    No mês, as vendas externas somaram US$ 19,628 bilhões, maior valor do ano. O resultado ainda é inferior ao registrado no mesmo período do ano passado (-8,7%), mas a diferença diminuiu –em maio, as exportações encolheram 15% na comparação com maio de 2014.

    EXPORTAÇÃO ARTIFICIAL

    O fluxo no mês foi alavancado pela exportação "artificial" de uma plataforma de petróleo, no valor de US$ 690 milhões. Trata-se de operação legal, mas estritamente contábil, em que uma empresa, para obter vantagens fiscais, registra a exportação da plataforma, mas o equipamento permanece no país.

    Também houve crescimento nas exportações de produtos como carne de frango (6,3%), automóveis (46%), aviões (51,4%) e minério de cobre (39%).

    Leia mais sobre a balança comercial do agronegócio no 'Vaivém das Commodities'

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