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    Cade investiga bancos por suposta manipulação do câmbio em cartel

    ISABEL VERSIANI
    DE BRASÍLIA
    TONI SCIARRETTA
    DE SÃO PAULO

    02/07/2015 12h12

    Fernando Frazão - 24.jul.2012/Folhapress

    O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) abriu nesta quinta-feira um processo administrativo para investigar um suposto cartel formado por instituições financeiras com o objetivo de manipular a taxa de câmbio no país.

    As empresas investigadas no processo são Banco Standard de Investimentos, Banco Tokyo-Mitsubishi UFJ, Barclays, Citigroup, Credit Suisse, Deutsche Bank, HSBC, JP Morgan Chase, Merril Lynch, Morgan Stanley, Nomura, Royal Bank of Canada, Royal Bank of Scotland, Standard Chartered e UBS, além de 30 pessoas físicas.

    A investigação teve início a partir de um acordo de leniência celebrado por um participante do cartel com a Superintendência-Geral do Cade e o Ministério Público Federal.

    Nesse tipo de acordo, o participante aponta os demais envolvidos e se compromete a colaborar com a apuração em troca da extinção ou redução das punições previstas.

    Segundo a superintendência-geral do Cade, existem "fortes indícios de práticas anticompetitivas" de fixação de preços e condições comerciais entre as instituições financeiras concorrentes. As condutas teriam durado, pelo menos, de 2007 a 2013.

    "Segundo as evidências, os representados teriam feito um cartel para fixar níveis de preços (spread cambial); coordenar compra e venda de moedas e propostas de preços para clientes; além de dificultar e/ou impedir a atuação de outros operadores no mercado de câmbio envolvendo a moeda brasileira", afirmou o Cade em nota.

    Segundo o conselho, as instituições financeiras trocavam informações por meio de chats da plataforma da agência de notícias Bloomberg. Procurada, a agência não se pronunciou.

    Os acusados terão um prazo de 30 dias para apresentar defesa. O caso terá de ser julgado pelo tribunal do Cade, responsável pela decisão final.

    Procurados pela Folha, os bancos Nomura, Barclays, UBS, Credit Suisse, Standard Chartered, HSBC, JP Morgan/Chase, Morgan Stanley, Merril Lynch, Citigroup e Banco Standard de Investimentos disseram que não vão comentar o assunto. A reportagem está entrando em contato com todos os bancos envolvidos.

    Editoria de arte/Folhapress

    ESCÂNDALO DE 2012

    Em 2012, alguns dos maiores bancos europeus foram investigados por suspeita de manipular a taxa Libor (empréstimos entre bancos em Londres), usada em contratos de dívida corporativa, entre 2005 e 2010.

    Entre os bancos investigados estavam os britânicos Barclays, HSBC, RBS, Lloyds, alem de Deutsche Bank, UBS, Societe Generale, Credit Suisse, Rabonank, entre outros. As investigações ainda rendem multas e acordos com as instituições financeiras que já somaram mais de US$ 7 bilhões.

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