Eu votarei pelo "sim" no plebiscito porque o primeiro-ministro Alexis Tsipras não deixou claro o que pode ocorrer com o país no dia seguinte se o "não" vencer.

Espero que as coisas não piorem. Não acredito que esse governo tenha um ministério sólido para melhorar a Grécia. Sou cidadão europeu e lógico que tenho medo de deixar a zona do euro.

Perdi há dois anos um emprego no banco BNP Paribas, mas tenho trabalhado como free lancer desde então, as vezes das 10h até as 6h do dia seguinte, mas não reclamo.

O que tem ocorrido na Grécia nos últimos 20 anos? Muito dinheiro foi parar em infraestrutura e nas mãos de cidadãos, por meio de benefícios, aumento de salários de servidores públicos, incentivo de aposentadorias.

Temos pessoas aposentando com pouco mais de 50 anos –hoje são 2,6 milhões de aposentados, em uma população de 11 milhões de habitantes. É muita coisa.

O funcionalismo é um dos nossos grandes problemas, com salários muito maiores do que no setor privado, uma discrepância considerável.

Tenho amigos que saem todos dias em cafés, shopping center, coisa que a maioria dos gregos atualmente não pode fazer.

Obviamente, precisamos de uma reforma. Desde 2010, quando começou a crise, nenhum governo conseguiu racionalizar essas despesas entre setores público e privado.

Eu não votei no Syriza, partido do Tsipras. No entanto, quando ele assumiu, sinceramente acreditei que poderia ir pelo caminho certo.

O que vimos? As mesmas reformas implementadas por governos anteriores.

	Editoria de Arte/Folhapress