• Mercado

    Friday, 03-May-2024 14:51:39 -03

    Com novas tecnologias, vendas de óculos artesanais aumentam

    BÁRBARA PEREIRA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    06/07/2015 01h55

    Apostando em vendas pela internet, "lojas-conceito", eventos e festivais de música, algumas lojas de óculos artesanais mais que dobraram o faturamento no ano passado.

    É o caso da Leaf, que fabrica óculos de madeira desde 2012. De maio de 2013 a maio deste ano, o faturamento da marca cresceu 200%. Em 2014, foi de R$ 1 milhão.

    Os óculos feitos com madeira nacional certificada custam de R$ 375 a R$ 450. O principal canal de comercialização é a internet, que representa 70% das vendas, mas a marca também investe em negócios com grandes empresas.

    "Não vendemos nossas peças para lojistas. Preferimos manter o contato com o consumidor final pelo site e fazemos muitos projetos para empresas, com óculos personalizados" explica Rannan Farah, sócio da Leaf.

    Jorge Araújo/Folhapress
    A arquiteta Marina Moraes, o engenheiro Pipa Barros e o gerente de Alexandre Peres, da Artyeto
    A arquiteta Marina Moraes, o engenheiro Pipa Barros e o gerente de Alexandre Peres, da Artyeto

    "Se um diretor de vendas quer revender óculos na loja da marca dele, fazemos um produto com nosso design e desenho, mas com a marca do cliente", diz.

    A Livo, que usa acetato (uma espécie de plástico) para seus óculos artesanais, tem outra estratégia. Depois de ver suas vendas crescerem mais de dez vezes em 2014 pela internet e em seus três pontos físicos na cidade de São Paulo, a marca deve iniciar este ano as vendas para lojas multimarcas de moda no interior do país.

    "Identificamos a falta de marcas brasileiras de óculos que não tenha preço absurdo", conta Arthur Blak, diretor-executivo da marca.

    Segundo Ismael Rocha, professor da ESPM, o aquecimento desse mercado vem do aprimoramento da produção em pequena escala. "Antes, você não tinha acesso à tecnologia de ponta, existia o processo artesanal e não havia uma escala mínima para atender a demanda de mercado", explica.

    É o caso de Alexandre Perez e Marina Barros, que, com a compra de novo maquinário, puderam aumentar a fabricação de óculos de madeira da ArtyEto, marca que o casal criou em 2014 com um investimento inicial de R$ 1.500.

    No começo, o processo de fabricação artesanal de um óculos demorava de 7 a 12 dias. Hoje, conseguem fabricar 13 óculos por dia. Foi assim que, em 2014, a marca faturou R$ 230 mil.

    Segundo o empreendedor, a meta é faturar mais de R$ 500 mil este ano com as vendas pela internet, em eventos colaborativos, feirinhas de rua e até mesmo festivais de música.

    Este ano, o casal participou do Tomorrowland, evento de música eletrônica que aconteceu em Itu (SP), e vendeu mais de 70 óculos que custam de R$ 360 a R$ 410.

    Adriano Vizoni/Folhapress
    Funcionário produz óculos de madeira na fábrica da marca Leaf, em São Paulo
    Funcionário produz óculos de madeira na fábrica da marca Leaf, em São Paulo

    "Do evento, surgiram contatos para exportação das nossas peças, o que não estava nos planos para agora, mas pode vir a acontecer no futuro", diz Alexandre.

    DIVERSIFICAÇÃO

    Ainda assim, o mercado pede cuidado. Segundo Rocha, o empreendedor deve ter em mente que produtos artesanais ligados à moda têm ciclo de vida mais curto.

    "Isso exige constante atenção para expandir sua linha de produtos e não permanecer no modismo. É preciso observar as dicas que o mercado dá e elaborar um plano de negócios que tenha consciência de que os ciclos são curtos", diz.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024