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    Corretoras da China prometem comprar US$ 19 bi em ações para estabilizar mercado

    DA REUTERS

    04/07/2015 15h42

    As 21 principais corretoras da China, reunidas em caráter de emergência, anunciaram neste sábado (4) que investirão pelo menos US$ 19,3 bilhões (120 bilhões de yuans) em ações. Trata-se de uma tentativa de estabilizar o mercado de ações do país, depois de uma queda de quase 30% desde meados de junho.

    O fundo será destinado à compra de títulos de grandes capitalizações, esclareceram em um comunicado no site da Associação de Valores da China. "Vinte e uma corretoras de valores investirão, em conjunto, 15% de seu patrimônio líquido registrado no fim de junho, ou não menos de 120 bilhões de yuans [US$ 19,3 bilhões], em fundos índice blue chip [com alta liquidez, de alto valor]", disse.

    As corretoras discutiram a situação do mercado e manifestaram "plena confiança" no desenvolvimento do mercado de capitais do país.

    A crise no mercado de ações chinês, altamente alavancado, tem se tornado uma das principais preocupações para investidores internacionais, que temem que uma quebra geral possa desestabilizar ainda mais a economia global, além de uma possível saída da Grécia da zona do euro.

    A bolsas chinesas mais do que dobraram seus ganhos ao longo do ano passado, impulsionadas por investidores que usaram dinheiro emprestado para especular sobre ganhos futuros.

    As corretoras não vão vender participações enquanto o índice Shanghai Composite for inferior a 4.500 pontos, de acordo com o comunicado.

    Isso poderia deixá-las sobrecarregadas com grandes perdas no papel desde o início. O índice SSEC caiu 5,8% na sexta-feira (3), para 3.684 pontos.

    Hong Hao, estrategista-chefe da Bocom International, disse que estava confuso com a enorme quantidade de medidas anunciadas recentemente.

    Hao duvidava de que o plano seria suficiente para deter a queda dos preços e disse que poderia lançar as sementes de novos problemas no futuro, distorcendo ainda mais o mercado.

    "Cerca de 120 milhões de yuans não são suficientes, mas se aumentarem, pode se expandir para mais de 500 bilhões de yuans e ter algum efeito", afirmou.

    Além disso, enquanto corretoras eram suscetíveis a priorizar as mais fortes, empresas "blue-chip", Hao disse que haveria pouco interesse em salvar as companhias pequenas. Essas empresas são favorecidos por investidores comuns —de caixas a motoristas de táxi—, mas sofreram alguns dos declínios mais brutos nas últimas semanas.

    CONFUSÃO POLÍTICA?

    Pequim luta para encontrar uma fórmula política para restaurar a confiança no mercado interno.

    Sob o peso de uma recessão, com elevados níveis de dívida do governo local, o crescimento econômico da China deve diminuir a velocidade, para 7% em 2015, robusta para padrões globais, mas sua mais fraca expansão anual em um quarto de século.

    Após o fechamento do mercado na sexta-feira (3), a Comissão Reguladora de Valores da China (CSRC) disse que a China iria cortar ofertas públicas iniciais e levantamento de capital e apoiar investidores de longo prazo que entram no mercado para ajudar a estabilizar os preços.

    O Banco Popular da China (PBOC) também rolou mais de 250 bilhões de yuans de empréstimos de médio prazo aos bancos para assegurar uma adequada liquidez no sistema.

    Os investidores avisam sobre ajustes com a política monetária e regulamentos para tentar moderar a queda do mercado de ações e levantam questões mais amplas sobre se a China está disposta a abrir os seus mercados de capital e tem mais influência no sistema financeiro internacional.

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