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    Plebiscito divide os imigrantes gregos no Brasil

    DANIEL MARCONDES
    DE SÃO PAULO

    05/07/2015 02h00

    A comunidade grega no Brasil está apreensiva. O plebiscito divide os imigrantes gregos e seus descendentes entre os que desejam a vitória do "sim" e os que preferem o "não".

    "Há um misto de gente apoiando o 'sim' e o 'não', mas todos estão preocupados e não se sabe precisamente o que cada opção significa", afirma Theodore Gatos, presidente da Coletividade Helênica de São Paulo, entidade que promove a cultura grega na cidade.

    Um dos que torcem pela vitória do "não" é Euclides Tingas, 52, comerciante que viveu na Grécia até os 17 anos. "Eu votaria no 'não', é preciso dar um basta. Os gregos estão passando fome e se suicidando, pior que isso não fica. A dívida é impagável, não faz sentido continuar com essa tortura", diz.

    Entenda a crise grega

    Tingas faz críticas aos alemães. "Na Segunda Guerra Mundial, a Alemanha invadiu a Grécia, massacrou o povo, destruiu hospitais. E isso foi só há 70 anos. Cadê a indenização por isso tudo? A Grécia está devendo dinheiro, mas eles devem vidas humanas, o que é muito maior."

    Petros Ioannis Makrís, 75, grego que chegou ao Brasil há mais de 55 anos, tem medo de uma vitória do "não". "Eu prefiro o 'sim'. Não se pode correr o risco de sair do euro. Você vai emitir a sua moeda, mas quanto ela vai valer?", questiona.

    Apesar de defender o voto no "sim", Petros também é crítico em relação à Alemanha. "Eu vi na televisão que a Alemanha já deu calotes. Por que os alemães não podem ajudar a Grécia agora?"

    A comunidade grega, segundo estimativas da Embaixada da Grécia em Brasília, conta com cerca de 30 mil pessoas no Brasil, incluindo imigrantes, filhos e netos. Só em São Paulo, são 20 mil.

    De acordo com Gatos, a crise econômica parece contribuir com o aumento desse número. "Antes eram bem poucos os gregos recém-chegados que vinham falar conosco, mas, de repente, começaram a aparecer muitas pessoas", afirma. Não há dados oficiais na Coletividade Helênica de São Paulo nem na Embaixada da Grécia sobre isso.

    Editoria de Arte/Folhapress

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