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    Calote brasileiro atrai a atenção de estrangeiros

    RENATA AGOSTINI
    DE SÃO PAULO

    06/07/2015 02h00

    O movimento de venda de "créditos podres" por grandes instituições financeiras vem atraindo o interesse de investidores estrangeiros, segundo gestores e advogados ouvidos pela Folha.

    "Se olhar como a economia está indo, com a perspectiva de recessão, sabemos que a taxa de inadimplência vai aumentar. Esse mercado ficará grande em algum momento e eles querem já aprender a operar no Brasil", diz Renato Maggio, sócio da área financeira do escritório Machado, Meyer, que assessora investidores interessados em entrar no mercado brasileiro.

    Segundo ele, o número de consultas cresceu nos últimos meses.

    A decisão final de investir, no entanto, ainda esbarra na oferta incipiente de carteiras.

    "Para os grandes investidores estrangeiros, por exemplo, não vale a pena entrar aqui para fazer uma aplicação baixa", diz André Suguita, diretor-executivo do Bank of America Merill Lynch, responsável pela área de compra desse tipo de crédito na América Latina.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Mas há potencial de expansão. Segundo o Banco Central, em dezembro de 2014, havia pelo menos R$ 205 bilhões em financiamentos com atrasos de mais de 60 dias –mais que o dobro do verificado em 2009.

    O volume de "créditos podres" no mercado, porém, é maior, já que o BC não consolida os empréstimos com inadimplência superior a 360 dias, que aparecem no balanço dos bancos como prejuízo.

    Entre os bancos públicos, que puxaram a concessão de financiamentos nos últimos anos, a Caixa iniciou a estratégia em 2014 e pretende mantê-la este ano.

    O BNDES contratou, em 2013, a consultoria PWC para avaliar o que fazer com os empréstimos não pagos, que somavam R$ 37 bilhões. Contudo, não lançou oferta nem anunciou seus planos para o estoque.

    Já o Banco do Brasil optou por repassar os "créditos podres" a uma controlada, a Ativos, empresa criada justamente para cuidar da recuperação dos financiamentos com atrasos muito longos.

    Folhainvest

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