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    Isolada pelos europeus, Grécia quer estreitar relações com os Brics

    LEANDRO COLON
    ENVIADO ESPECIAL A UFÁ (RÚSSIA)

    07/07/2015 02h00

    Isolado pelos líderes europeus, o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, quer se aproximar do Brics, o bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

    Ministros do governo grego, a maioria do Syriza, partido de esquerda comandado por Tsipras, pressionam o premiê a estreitar as relações diante do risco real de o país ter de deixar a zona do euro.

    Os chefes de Estado do Brics, incluindo a presidente Dilma Rousseff, se reúnem entre quarta (8) e quinta (9) em Ufá, na Rússia, para lançar oficialmente o Novo Banco de Desenvolvimento, composto por recursos de cada país e com um capital que pode chegar a US$ 100 bilhões.

    Há planos de uma delegação do Syriza ir à Rússia. Segundo a assessoria do partido, por causa da reforma ministerial em curso pós-plebiscito, a viagem ficou indefinida, mas ainda pode ocorrer.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Lideranças do Syriza não creem na viabilidade de um convite tão cedo para a Grécia ser o sexto membro do bloco, mas querem um aceno da cúpula em defesa de uma solução na Europa que evite o colapso do país.

    Na visão de setores do Syriza, os Brics seriam, num primeiro momento, aliados políticos e alternativas de interlocução.

    Na semana passada, em meio à crise com credores e a campanha do plebiscito, a mídia grega levantou rumores de que o país estaria negociando com a Rússia para ser o sexto membro do Brics.

    A direção do Syriza chegou a anunciar em maio que Alexis Tsipras havia sido convidado pelo governo russo a integrar o bloco.

    Na quinta-feira (2), diante das especulações na Grécia, o ministro de Finanças da Rússia, Anton Siluanov, negou a informação.

    Há pelo menos duas razões óbvias que inviabilizam hoje esse tipo de acordo: o fato de a Grécia integrar, mesmo sob risco de sair, a zona do euro, e, obviamente, de não ter nada a oferecer diante de uma dívida de 177% do PIB.

    O país não teria condições de colaborar com o novo banco do Brics, criado para investimentos e relações comerciais entre os países, e não para socorrer ninguém à beira do abismo.

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