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    Grécia frustra credores ao chegar sem proposta à reunião do Eurogrupo

    FERNANDA GODOY
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA EM ATENAS

    07/07/2015 12h33

    O novo ministro grego das finanças, Euclides Tsakalotos, frustrou os credores ao comparecer nesta terça (7) à reunião de emergência do Eurogrupo em Bruxelas sem uma proposta para retomar as negociações interrompidas no último dia 27.

    Na segunda-feira (6), o premiê grego Alexis Tsipras havia ligado para a chanceler alemã Angela Merkel afirmando que a proposta seria apresentada nesta terça.

    A apresentação foi adiada para esta quarta, segundo informou o presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Djisselbloem. Uma teleconferência dos ministros das Finanças do Eurogrupo foi marcada para examiná-la.

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    A reunião desta terça do Eurogrupo foi convocada após o resultado do plebiscito no fim de semana, no qual 61% dos gregos disseram "não" a uma proposta de austeridade fiscal que incluía aumento de impostos e reforma da Previdência.

    Essa proposta já não está mais na mesa, e diversos líderes europeus deixaram claro que a bola agora está no campo da Grécia.

    "Não se trata mais de uma questão de semanas, mas de uma questão de dias", afirmou cobrando urgência a chanceler alemã, Angela Merkel, na chegada à reunião.

    Ainda nesta terça, os chefes de Estado e de governo dos 19 países que compõem o Eurogrupo (e que adotam o euro como moeda) se reunirão novamente para ouvir Tsipras —a reunião dos ministros das Finanças começou às 13h (8h de Brasília) e já terminou.

    O chefe do governo grego marcou um pronunciamento no Parlamento Europeu para a manhã desta quarta-feira.

    Grécia

    PROPOSTAS 'SÉRIAS' E 'CONFIÁVEIS'

    A expectativa na União Europeia é a de que o governo Tsipras apresente propostas "sérias" e "confiáveis" para um terceiro programa de resgate da economia de seu país o mais rapidamente possível.

    O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, disse que a permanência ou não da Grécia na zona do euro vai depender do que o governo Tsipras oferecer.

    Segundo ele, sem um programa de reformas "não há possibilidade de ajudar a Grécia dentro do marco da zona do euro".

    O vice-presidente para o euro da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, disse que "se a confiança não for reconstruída, se não houver um programa com credibilidade", a saída da Grécia da zona do euro não está descartada.

    A saída da Grécia, apelidada de "grexit", uma combinação do nome do país com a "exit" (saída em inglês), ainda continua sendo rejeitada por dirigentes de outros países do grupo.

    O ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, disse que a saída da Grécia da zona do euro "não é uma solução desejada por ninguém".

    De Guindos afirmou que é urgente um acordo, mas que pré-condições têm que ser respeitadas, referindo-se a um compromisso do governo grego com um programa de austeridade fiscal.

    A Grécia adotou controle de capitais na semana passada. Desde 29 de junho, cada grego só tem direito a sacar € 60 nos caixas automáticos.

    O feriado bancário foi estendido pelo menos até quinta-feira (9) e os gregos não sabem quando o dinheiro pode acabar.

    Na noite desta segunda (6), o Banco Central Europeu se negou a estender a assistência emergencial de liquidez aos bancos gregos.

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