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    Ultimato da União Europeia exige proposta grega até sexta

    FERNANDA GODOY
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA EM ATENAS

    07/07/2015 22h55

    O governo grego recebeu um ultimato da União Europeia para apresentar até sexta-feira (10) sua proposta para um terceiro pacote de resgate econômico, e vai viver em expectativa pelo menos até domingo (12), quando uma reunião de cúpula da UE julgará o pedido de socorro.

    A crise grega começou em 2008, na esteira da crise global e agravou-se no ano seguinte, quando foi descoberto que o país maquiava as contas públicas e sua dívida era muito maior.

    Desde então, apesar dos programas de resgaste, a economia não reagiu.

    Sem dinheiro para pagar débitos que estão vencendo, o governo grego negocia um novo socorro, mas a União Europeia exige em troca cortes de despesas e elevação de tributos dos quais discorda o governo de esquerda eleito em janeiro.

    Após reunião de líderes dos 19 países da zona do euro, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que qualquer ajuda emergencial, como um empréstimo-ponte para que a Grécia atravesse o mês de julho, só será avaliada após a apresentação da proposta grega de longo prazo.

    Essa ajuda permitiria que os bancos gregos voltassem a funcionar e evitaria que o país ficasse sem recursos para pagar uma dívida de € 3,5 bilhões com o BCE que vence no próximo dia 20.

    O premiê Alexis Tsipras disse, ao final da reunião em Bruxelas, que seu objetivo é sair da crise e que fará uma oferta "socialmente justa e economicamente viável", que incluirá reformas exigidas pelos dirigentes da UE.

    Tsipras deseja incluir uma reestruturação da dívida grega, com redução do montante principal, mas Juncker afirmou que isso não será discutido antes de outubro.

    Ele informou ainda que já existe um plano detalhado para a saída da Grécia da zona do euro preparado pela Comissão Europeia.

    O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pediu empenho de todos os países-membros para encontrar uma fórmula de consenso, como é regra na União Europeia.

    "Se isso não acontecer, o que virá será o fim das negociações, com todas as possíveis consequências, inclusive o pior cenário, no qual todos perderemos", disse Tusk.

    A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que a discussão sobre perdão de parte da dívida, a principal reivindicação de Tsipras, só poderá ocorrer "depois que a Grécia tiver cumprido suas obrigações".

    O governo Tsipras já deu um calote de € 1,6 bilhão no FMI na semana passada, o que lhe fechou temporariamente o acesso a recursos da instituição. Deixar de pagar a dívida ao BCE tornaria inviável a negociação de um terceiro pacote de socorro.

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