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    China proíbe grandes acionistas de venderem ações nos próximos 6 meses

    DA REUTERS
    DE SÃO PAULO

    09/07/2015 08h45

    AFP
    Homem observa painel com dados sobre ações na Bolsa de Xangai, em Huaibei (China)
    Homem observa painel com dados sobre ações na Bolsa de Xangai, em Huaibei (China)

    A agência que regula o mercado de capitais da China proibiu acionistas com participações superiores a 5% de venderem seus papéis nos próximos seis meses, numa tentativa de conter a queda nos preços das ações que está começando a causar turbulências nos mercados financeiros globais.

    A China Securities Regulatory Commission (CSRC) afirmou em seu site na noite de quarta-feira (8) que vai tratar com severidade qualquer violação da regra.

    A proibição também parece se aplicar a investidores estrangeiros que detêm participações em empresas listadas nas Bolsas de Xangai ou Shenzhen, embora a maioria de suas participações seja inferior a 5%.

    Separadamente, os principais acionistas dos maiores bancos chineses, incluindo ICBC, e empresas, como a Sinopec, prometeram manter suas participações e aumentar suas cotas nas companhias listadas.

    Os anúncios ocorrem após o mercado de ações da China mostrar sinais de congelamento na quarta-feira, depois que as empresas correram para escapar da turbulência ao suspender suas ações e a CSRC alertou para um "sentimento de pânico" atingindo os investidores.

    O índice CSI300, que reúne as maiores empresas listadas nas Bolsas de Xangai e de Shenzhen, fechou em queda de 6,8% na quarta-feira, enquanto que o índice composto da Bolsa de Xangai caiu 5,9%.

    Apesar da turbulência de quarta, as ações esboçaram recuperação nesta quinta-feira (9) e o índice composto da Bolsa de Xangai fechou em alta de 5,76%. O CSI300 também fechou em alta e subiu 6,40%. As Bolsas europeias operam em alta nesta quinta-feira.

    Bolsa de Xangai

    CRISE

    Desde 12 de junho, quando a Bolsa de Xangai atingiu seu ápice, o índice já recuou 32%, levando US$ 3,5 trilhões em valor de mercado das empresas chinesas. Em 12 meses, no entanto, ainda acumula alta de 70%.

    Para alguns investidores globais, o medo de que a turbulência no mercado chinês desestabilize a economia real é agora um risco maior do que a crise na Grécia.

    De fato, o governo dos Estados Unidos teme que a quebra do mercado acionário atrapalhe a agenda de reforma econômica de Pequim.

    "A preocupação, que é real, é sobre o que isso significa em relação ao crescimento de longo prazo na China", disse o secretário do Tesouro norte-americano, Jack Lew, nesta quarta-feira, durante um evento em Washington sobre a estabilidade financeira.

    "Como é que as autoridades chinesas reagirão a isso e o que isso significa em termos de condições fundamentais da economia?"

    Mais de 500 empresas chinesas listadas anunciaram a suspensão das negociações de suas ações nas Bolsas de Xangai e Shenzhen na quarta-feira.

    Na China, as Bolsas suspendem os negócios quando uma ação cai 10%. De terça (7) para quarta, até 1.456 ações (de um total de 2.808) tiveram seus negócios interrompidos, segundo o "Financial Times".

    Para conter a desvalorização, a China acelerou o programa de compra de ações, ampliando US$ 19 bilhões para US$ 42 bilhões o capital de um fundo de emergência.

    Também suspendeu as ofertas iniciais de ações e limitou operações especulativas que apostam na queda dos preços dos ativos.

    O Banco Central criou linhas adicionais para que os investidores cumpram as exigências de garantia pedidas pela Bolsa. Na semana passada, alguns bancos limitaram esse crédito, o que também abalou a Bolsa.

    Para especialistas, a crise no mercado de ações chinês independe do desempenho da economia, que desacelera de forma gradual desde 2013.

    Folhainvest

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