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    Oposição autoriza premiê grego a fazer acordo que mantenha Grécia no euro

    DA REUTERS

    10/07/2015 11h48

    Michael Probst/Associated Press
    Oposição autoriza premiê grego a fazer acordo que mantenha Grécia na zona do euro
    Oposição autoriza premiê grego a fazer acordo que mantenha Grécia na zona do euro

    Os principais nomes da oposição conservadora grega disseram nesta sexta-feira (10) que apoiarão o governo de esquerda de Alexis Tsipras para garantir o acordo de reformas com os credores internacionais necessárias para manter o país na zona do euro.

    Os parlamentares devem votar mais tarde as propostas apresentadas aos credores da Grécia, que incluem medidas como aumento de impostos, privatizações e cortes nos gastos públicos, sobretudo no orçamento da Defesa.

    "O partido Nova Democracia deu ao primeiro-ministro não somente a autorização para chegar a um acordo, mas também um mandato para impedir a saída do país da Europa e do euro", disse o partido em declaração.

    Tsipras enviou na quinta-feira (9) à União Europeia propostas detalhadas de como a Grécia pretende cumprir as condições para receber nova ajuda financeira.

    Após entrar em uma reunião do partido sob aplausos, Tsipras convocou seus partidários do Syriza a darem seu apoio às novas propostas.

    "Estamos sendo confrontados com decisões cruciais", disse Tsipras a parlamentares, segundo uma autoridade do governo. "Nós temos um mandato para conseguir um acordo melhor do que o ultimato que o Eurogrupo nos deu, mas certamente não um mandato para tirar a Grécia da zona do euro."

    O endosso parlamentar dos compromissos imediatos das reformas que a Grécia está oferecendo aos credores europeus permitiria ao país avançar na corrida para obter um novo empréstimo, evitar a falência do Estado e uma possível saída da zona do euro.

    Uma autoridade grega disse que parlamentares serão solicitados a autorizar o governo de esquerda a negociar uma série de medidas que devem ser tomadas antes que os fundos de auxílio sejam desembolsados, um passo fundamental para convencer credores céticos da seriedade de suas intenções.

    Cinco membros radicais do Syriza afirmaram nesta sexta-feira que é preferível sair da zona do euro e voltar ao dracma do que um acordo com credores internacionais com medidas de austeridade e sem qualquer alívio da dívida.

    GRÉCIA E OS CREDORES

    Ainda não está claro se todos os credores vão apoiar o mais recente pacote de reformas, que é muito parecido com os termos que a Grécia rejeitou no referendo convocado por Tsipras em junho.

    Nesta sexta-feira, um porta-voz da Comissão Europeia afirmou que FMI (Fundo Monetário Internacional), Comissão Europeia e o BCE (Banco Central Europeu) estão analisando propostas de reformas entregues pela Grécia e darão sua opinião até o final do dia.

    "Conforme falamos, eles estão analisando essas propostas com a intenção de comunicar sua avaliação ao Eurogrupo até o fim do dia", disse o porta-voz em entrevista à imprensa.

    Bancos gregos estão fechados desde 29 de junho, quando controles sobres capitais foram impostos e os saques em espécie foram limitados, seguindo o colapso de negociações anteriores para um resgate ao país.

    A Alemanha, o maior credor, deu um pequeno passo de concessão a Atenas, ao concordar que a Grécia precisará de certas reestruturações da dívida como parte de um programa de empréstimos de três anos que viabilizaria sua economia.

    Nesta sexta-feira, um porta-voz do governo alemão se negou a fazer comentários sobre o conteúdo das últimas propostas gregas de reforma. Um porta-voz do Ministério das Finanças disse que Berlim não vai aceitar qualquer forma de alívio da dívida que diminua o valor real.

    "Se a intenção for reduzir significativamente o valor presente da dívida e, portanto, ter uma perda real, então isto iria resultar em um alívio da dívida", disse Martin Jaeger, porta-voz do Ministério das Finanças, durante entrevista coletiva, acrescentando que tal ação não era legalmente possível na união monetária.

    Já Steffen Seibert, porta-voz do governo, disse que não existe dúvida de que uma cúpula da zona do euro vai acontecer no domingo. Ele acrescentou que Berlim só vai pedir um mandato de negociação ao Parlamento alemão se Atenas mostrar interesse em "reformas sérias".

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