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    Integração com a matriz fortalece presença das montadoras americanas no Brasil

    EDUARDO SODRÉ
    EDITOR-ADJUNTO DE "VEÍCULOS"

    12/07/2015 17h00 Erramos: o texto foi alterado

    Na abertura da convenção que revela as tecnologias e pretensões da Chevrolet para os próximos anos, no início de julho, o primeiro carro que surge na tela é o compacto nacional Onix. Seria um fato corriqueiro caso o evento ocorresse no Brasil, mas as apresentações são em Detroit, cidade-sede da General Motors.

    "Somos o terceiro maior mercado para a GM no mundo, e a empresa está presente em 115 países. Hoje, há uma integração profunda das áreas técnicas do grupo", disse à Folha Marcos Munhoz, vice-presidente da General Motors do Brasil.

    A relação das montadoras americanas com o Brasil remonta ao início do século 20. Contudo, a relevância da engenharia local ganhou destaque com o crescimento do mercado interno, o que fortaleceu a divisão brasileira.

    No passado, ter uma área local para desenvolvimento de produtos era um sinal de autonomia. Hoje, significa integração.

    "A divisão brasileira de motores é responsável pela calibração da tecnologia flex e também de boa parte do desenvolvimento global da marca", afirma Daniel Nicholson, vice-presidente global da área de motores e transmissões da General Motors.

    A integração ajuda a preservar projetos e investimentos mesmo em tempos de crise no setor automotivo, como ocorre agora no país. Os aportes de capital recentes feitos pelas três grandes montadoras americanas confirmam isso.

    Enquanto a GM do Brasil está com quase toda a produção interrompida devido à queda nas vendas, as fábricas dos EUA seguem a pleno vapor em um ano onde as vendas devem atingir 17 milhões de unidades. Ainda assim, a empresa americana investirá R$ 6,5 bilhões no mercado nacional até 2019.

    A Ford também preservou os investimentos no país, mantendo o plano de injetar cerca de R$ 4,5 bilhões entre 2011 e 2015. Esse ciclo está chegando ao fim, e novos projetos devem ser anunciados em breve, na espera pela melhora do cenário até o fim do próximo ano.

    Outra montadora americana que mantém investimentos no país é a FCA, parceria entre a Chrysler e a italiana Fiat. Após inaugurar a fábrica de Goiana (PE), onde é produzido o Jeep Renegade, a empresa prepara a construção de dois novos produtos.

    Ao todo, a FCA vai investir R$ 16 bilhões entre 2013 e 2016.

    HISTÓRIA

    A primeira montadora americana a chegar ao Brasil foi a Ford, que estreou em 1919 como importadora. No início da década de 1920, os carros passaram a vir desmontados, o que levou à instalação da primeira linha de montagem, no bairro do Bom Retiro (centro de São Paulo).

    A GM iniciou seus trabalhos em 1925, com a montagem de carros de serviço e veículos pesados. O primeiro produto nacional foi um caminhão, lançado em 1957.

    Célebre no país desde meados dos anos 1940, a marca Jeep é a mais conhecida da linha Chrysler. A empresa produziu carros nacionais nas décadas de 1960 e 1970. Após retornar com a abertura aos importados, na década de 1990, tem um novo produto feito no Brasil, o Renegade.

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