Minério de ferro e concentrados, soja mesmo triturada, óleos brutos de petróleo e açúcar de cana em bruto lideram a pauta de exportações do Brasil.
No "Atlas de Complexidade Econômica" recém-publicado pela universidade Harvard, com base em dados de dois anos atrás, eles ocupam, respectivamente, o 1.119°, o 1.078°, o 1.232° e o 1.144° lugares em uma lista de 1.239 produtos listados por ordem decrescente de sofisticação.
Eles são "muito pouco complexos" porque muitos países são capazes de produzi-los e a dificuldade para isso vem caindo.
Isso explica, segundo os pesquisadores de Harvard, o declínio do Brasil no ranking que mede a sofisticação da estrutura produtiva dos países nas últimas décadas.
A queda ocorreu na contramão de outros emergentes. México, Coreia, China, Panamá, Tailândia, Vietnã e outros progrediram no ranking de complexidade, alguns substancialmente.
O Vietnã saltou da 107ª para a 68ª posição entre 1995 e 2013. Nesse período, aparelhos para transmissão (de rádio, tevê etc.) e máquinas automáticas de processamento de dados substituíram café e arroz como alguns de seus produtos de exportação.
O México, que passou do 28° para o 23° lugar no mesmo período –impulsionado por acordos de comércio exterior como o Nafta– adicionou partes e acessórios de veículos motores, que têm grau de sofisticação maior do que carros, ao topo de sua pauta exportadora.
Não por acaso a projeção de crescimento médio anual, feita com base no ranking, para o México de agora até 2023 é de 4,4%, acima dos 3,6% esperados para o Brasil no mesmo período. (EF)