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    Eurogrupo aprova empréstimo emergencial de 7 bi de euros à Grécia

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    16/07/2015 08h59

    O Eurogrupo, que reúne ministros de Economia e Finanças da zona do euro, aprovou nesta quinta-feira (16) o desembolso de € 7 bilhões para que a Grécia honre obrigações financeiras urgentes enquanto negocia o resgate de até € 86 bilhões costurado na segunda-feira por chefes de Estado europeus.

    Também nesta quinta, o BCE (Banco Central Europeu) anunciou a liberação de € 900 milhões em verba emergencial para os bancos gregos (leia mais abaixo).

    Em comunicado, o Eurogrupo assinalou que, após receber "a avaliação positiva das instituições", dava o sinal verde ao crédito por três anos. O fórum informou que esse empréstimo "está submetido a que sejam concluídos os diversos processos nacionais".

    Com o dinheiro, a Grécia poderia honrar pagamentos como o de € 3,5 bilhões ao BCE (Banco Central Europeu) que vence em 20 de julho.

    O fundo deve ficara a cargo do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF), que é da União Europeia, por isso não depende apenas da aprovação da zona do euro.

    Para resolver a oposição de países como Reino Unido, Suécia e Dinamarca ao uso de fundos do orçamento europeu para a Grécia, O Eurogrupo propôs alimentar o fundo com os lucros gerados pelas operações com bônus gregos nas mãos do BCE —em torno de cerca de € 3,3 bilhões deste ano e do anterior— como garantia.

    Assim, no caso de Atenas não devolver parte do dinheiro emprestado, as perdas seriam assumidas somente pela zona do euro, e não pela União Europeia, segundo as fontes diplomáticas consultadas.

    A decisão tem que ser aprovada pelos 28 países da UE, o que se espera que aconteça de maneira iminente, para que os Parlamentos nacionais que têm que ser consultados também possam realizar os trâmites necessários antes do sábado.

    Segundo informação repassada por fontes à agência internacional EFE, o objetivo é que a verba seja liberada no máximo na segunda-feira, mesmo dia em que vence a parcela da dívida com o BCE.

    PROPOSTA DE RESGATE

    O Eurogrupo também avaliou que as medidas aprovadas pelo Parlamento grego e o compromisso de adotar uma nova bateria de ajustes na semana passada servem para começar as negociações do terceiro resgate ao país, que deve ser de € 82 bilhões a € 86 bilhões.

    Por isso, os ministros deram seu "aval político" ao início das conversas, uma decisão que também tem que ser consultada em alguns Parlamentos nacionais.

    Na Grécia, a aprovação da proposta, que ocorreu na quarta, não se deu sem solavancos. Parte do partido no governo boicotou o pacote de mudanças, considerado humilhante por muitos gregos. A votação teve apoio de partidos conservadores, socialistas e pró-europeus na oposição.

    Em meio a divergências entre deputados governistas, o ministro do Interior grego Nikos Voutsis declarou à rádio grega Sto Kokkino, citada pela Agência France Presse, que novas "eleições serão muito provavelmente realizadas em setembro ou outubro, dependendo dos desenvolvimentos".

    Na quarta-feira o Parlamento francês aprovou as negociações antes mesmo do parlamento grego, e nesta quinta-feira o Parlamento finlandês fez o mesmo.

    A Alemanha deve votar a proposta na sexta-feira. À rádio alemã Deutschfunk, o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, afirmou que irá entregar o o pedido ao Parlamento alemão para reabrir as negociações sobre o terceiro resgate grego com "total convicção", mas ainda acredita que uma saída temporária da Grécia talvez fosse a melhor opção.

    Também precisam votar a proposta Áustria, Holanda, Eslováquia e Estônia.

    FÔLEGO PARA OS BANCOS

    Após o sinal verde para os € 7 bilhões, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu aumentar o limite da Assistência Emergencial de Liquidez (ELA na sigla em inglês) em € 900 milhões, para € 89,5 bilhões.

    Mais cedo, o Conselho do BCE havia decidido manter as taxas de juros no mínimo histórico de 0,05%.

    Em entrevista coletiva, o presidente do BCE, Mario Draghi, afirmou que "as coisas mudaram agora". "Tivemos uma série de notícias com a aprovação do pacote de empréstimo-ponte, com as votações em vários Parlamentos, que restauraram as condições para uma elevação do ELA", afirmou.

    O conselho de governo votou por uma maioria de dois terços a favor de aprovar a solicitação do Banco da Grécia, explicou Draghi ao ser perguntado se a decisão foi tomada por unanimidade.

    Esta provisão de liquidez de emergência é mais cara que a que oferece o BCE em suas operações de refinanciamento ordinárias e custa 1,55%, juros que os bancos gregos pagam ao Banco da Grécia (banco central grego).

    De acordo com o jornal britânico "The Guardian", a verba deve impedir que o dinheiro falte nos caixas eletrônicos nos próximos dias.

    Desde o dia 29 de junho, os bancos estão fechados para a maior parte da população, e gregos podem sacar em caixas eletrônicos apenas € 60 por dia.

    Grécia

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