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    Chanceler alemã pede que Parlamento aprove negociação de resgate grego

    DA REUTERS

    17/07/2015 08h56

    A chanceler alemã, Angela Merkel, fez um alerta nesta sexta-feira (17) aos parlamentares do país para que apoiem o início das negociações sobre um terceiro programa de resgate à Grécia, afirmando que a alternativa seria o caos e que as sugestões para que Atenas saia temporariamente da zona do euro não vão funcionar.

    Dois dias depois de o Parlamento grego ter votado, é a vez de a Alemanha decidir se aprova as negociações do resgate nos termos que foram acordados por líderes da zona do euro na segunda-feira —um pacote de austeridade considerado extremamente intervencionista e que gerou protestos na Grécia.

    Merkel fez as declarações em um pronunciamento ao Parlamento, que deve dar sua clara aprovação para a zona do euro começar as negociações sobre o novo programa de ajuda, apesar de o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, ter questionado a eficácia do plano.

    Schaeuble chegou a sugerir que seria melhor a Grécia passar um tempo fora da zona do euro para resolver seus persistentes problemas econômicos. Mas Merkel defendeu com firmeza as negociações de um novo acordo com a Grécia para impedir a saída do país da zona do euro, o que poderia afetar toda a união monetária.

    "A alternativa a esse acordo não seria uma saída temporária da zona do euro (...) mas sim um previsível caos", disse Merkel à câmara baixa do Parlamento. "Seriamos grosseiramente negligentes, e agiríamos de forma irresponsável, se nós ao menos não tentarmos esse caminho", disse.

    A incompreensão popular é profunda na Alemanha, o país da zona do euro que mais tem contribuído para os dois resgates anteriores da Grécia desde 2010, sobre o envio de mais ajuda para Atenas.

    Mas Merkel demonstrou ceticismo de que uma saída temporária grega do bloco de moeda única resolveria o problema, dizendo que nem a Grécia nem os outros 18 países membros da zona do euro estão dispostos a aceitar a ideia. "Por consequência, esse caminho não é viável", disse.

    PARTICIPAÇÃO DO FMI

    Questionada nesta sexta pela rádio francesa Europe 1 se o FMI participaria do terceiro resgate para a Grécia, a diretora-gerente da instituição, Christine Lagarde disse querer ver um programa "completo" para a Grécia e listou o que isso envolveria.

    "Esse pacote completo tem duas pernas, uma perna grega que requer uma reforma profunda da economia grega. Isso significa manter uma posição orçamentária que seja forte e dê solidez ao país; e a segunda perna é aquela dos credores, que requer o fornecimento de financiamento e a reestruturação da dívida para aliviar seu fardo."

    Lagarde também reafirmou sua visão de que o país precisa de alguma forma de alívio da dívida, argumentando que não precisa ser um corte direto, mas que pode envolver medidas como uma extensão significativa dos vencimentos dos empréstimos, prorrogação dos calendários de pagamento e redução dos juros cobrados.

    REABERTURA DOS BANCOS

    Lagarde disse também que considera "provável" que os bancos da Grécia reabram como planejado na segunda-feira.

    Os bancos do país estão fechados desde 29 de junho após uma série de saques ameaçar fazer o sistema bancário entrar em colapso.

    Nesta quinta-feira, no entanto, o BCE (Banco Central Europeu) decidiu elevar o limite do financiamento emergencial em € 900 milhões, o que levou o vice-ministro grego das Finanças a anunciar que os bancos vão reabrir na semana que vem.

    "Os bancos estão prontos para abrir suas agências, mas temos que aguardar a aprovação final do banco central da Grécia. Ainda existem algumas questões técnicas para serem resolvidas, também temos que esperar a aprovação do governo", disse à Reuters uma autoridade sênior da Associação de Bancos da Grécia.

    Grécia

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