Empreendedores já costumam ter uma dose de otimismo, mas não são os únicos que precisam ser convencidos de que o negócio é viável: os funcionários da empresa também devem acreditar em previsões positivas, defendem especialistas.

Os empregados não trabalham só pela remuneração, e acreditar no futuro do negócio é importante para desempenhar bem uma função nele, diz Bell Gama, sócia da Air Branding, empresa de "employer branding" (ações de atração, integração e retenção de profissionais).

Como não têm acesso a todos os dados da empresa, os funcionários costumam fazer suas previsões com base no que acontece ao seu redor. Se veem cortes de orçamento e demissões, completam a história "com finais infelizes", diz Sergio Sabino, da consultoria TMP Worldwide.

Por isso, defende Sabino, cabe aos líderes mostrar que, apesar das dificuldades momentâneas, a empresa seguirá e que os profissionais que estiverem na mesma sintonia tendem a ter mais sucesso.

	Marlene Bergamo/Folhapress
	Afonso Gomes Louro cercado por funcionários de agência Visual Turismo, em São Paulo

HONESTIDADE

Isso é preciso ser feito de forma transparente, afirmam os consultores. Ou seja, não esconder dados negativos da empresa, do setor ou da economia, mesmo porque a chance de os empregados descobrirem sozinhos é alta.

Afonso Gomes Louro, dono da Visual Turismo, conta que ele e os diretores da empresa costumam falar sobre a situação econômica do Brasil e sobre as vendas com seus empregados.

A empresa dele vende pacotes de viagens para agências revenderem no varejo.

"Procuro manter o meu quadro de funcionários otimista. O segmento exige que as pessoas transmitam otimismo porque viagem precisa ser algo agradável, sobre o que as pessoas gostem de falar", afirma Louro.

Uma forma de aumentar o otimismo no ambiente de trabalho, sugere Gama, é transmitir mensagens positivas, ressaltando ações "para cima, felizes e otimistas" tomadas pela empresa, desviando o foco da atenção dos dados ruins.