O presidente francês, François Hollande, propôs neste domingo (19) a criação de um governo único da zona do euro e pediu que os cidadãos renovem sua fé no projeto europeu, enfraquecido pela crise grega.

Revivendo uma ideia originalmente proposta pelo ex-chefe da Comissão Europeia Jacques Delors, Hollande propôs "um governo da zona do euro com um orçamento específico, bem como um parlamento para garantir seu controle democrático".

Segundo ele, os 19 Estados-membro da zona do euro escolheram unir suas moedas porque era do seu interesse e que ninguém havia "assumido a responsabilidade de sair". "Esta escolha pede uma organização reforçada, uma guarda avançada dos países que decidirão", ele disse.

Os membros da zona do euro estão hoje unidos numa organização informal, o Eurogrupo, que reúne os ministros das Finanças de cada país e é atualmente presidido pelo ministro holandês, Jeroen Dijsselbloem.

"O que nos ameaça não é um excesso de Europa, e sim sua insuficiência", escreveu Hollande em artigo publicado pelo semanário "Journal du Dimanche".

Para Hollande, a Europa deixou suas instituições se tornarem mais frágeis. Ele admitiu que os 28 membros da União Europeia estavam "lutando para encontrar um espaço comum para avançar. Os parlamentos continuam longe demais das decisões. E as pessoas estão dando as costas depois de serem tão ignoradas".

O presidente disse que movimentos populistas haviam aproveitado o desencanto popular com as instituições europeias e vêm questionando a Europa porque "estão assustados com o mundo, porque querem ter divisões, muros e cercas para onde voltar".