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    Dólar bate R$ 3,44 com decisão da S&P, mas perde força; Bolsa reduz alta

    DE SÃO PAULO

    28/07/2015 14h48

    Emmanuel Dunand - 18.set.2012/AFP
    Brasil está no último degrau do grau de investimento da agência de classificação de risco S&P
    Brasil está no último degrau do grau de investimento da agência de classificação de risco S&P

    A decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor's de colocar a nota de crédito do Brasil em perspectiva negativa provocou uma disparada do dólar em relação ao real nesta terça-feira (28) e reduziu o ganho do principal índice da Bolsa brasileira na sessão.

    A moeda americana chegou a bater R$ 3,44 após a notícia, em alta de 2,26%, mas logo retomou para a casa dos R$ 3,40 que vinha oscilando desde a manhã. Mesmo assim, a cotação segue no maior valor desde março de 2003, com o dólar caminhando para a quinta valorização consecutiva em relação ao real.

    Às 14h45 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 1,56%, para R$ 3,415 na venda. No mesmo horário o dólar comercial, usado no comércio exterior, subia 0,95%, para R$ 3,396.

    No mercado de ações, o Ibovespa chegou a subir até 2,33% por volta das 13h, mas reduziu o ganho para cerca de 0,15% após a notícia sobre a decisão da S&P. Às 14h45, no entanto, o principal índice da Bolsa brasileira mostrava avanço de 1%, para 49.220 pontos.

    Segundo operadores, o Ibovespa tem uma correção nesta terça-feira após sete quedas consecutivas, em que acumulou perda de 8,17%. No exterior, os mercados acionários de Nova York também operam no azul, enquanto as Bolsas da Europa fecharam com valorização em torno de 1%.

    Na escala da S&P, o Brasil está no limite do grau de investimento (selo de bom pagador), com a nota "BBB-", mas a perspectiva deixou de ser neutra. Com a medida, a agência sinalizou que o país poderá passar ao grau especulativo em breve, o que faz com que investidores exijam juros maiores para compensar o risco.

    "Na prática, o mercado já considerava que isso fosse ocorrer, assim como um rebaixamento da nota do Brasil pelas agências Moody's e Fitch para o último nível de grau de investimento da escala de notas dessas agências", disse Felipe Miranda, analista e sócio-fundador da Empiricus Research. "Isso já está nos preços dos ativos."

    Essa percepção ficou clara, segundo Miranda, após a redução na meta de superavit primário do governo, anunciada na semana passada. "Os ratings são mais consequência do que causa. O temor de perder o grau de investimento é que, caso isso se concretize, grandes fundos internacionais terão de zerar suas posições no Brasil e, com isso, retirar recursos investidos aqui. Assim, a Bolsa continuará caindo e o dólar, subindo."

    Apenas nas últimas cinco sessões, o dólar à vista acumulou valorização de 7,6%. No mês, a alta chega a 9,9%. Para o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a escalada reflete "fenômenos passageiros" e foi intensificada pelo cenário de instabilidade política no país.

    "Estamos num momento de reforço das nossas políticas fiscais", disse Levy nesta terça-feira, durante a comemoração dos 40 anos da Escola de Administração Fazendária, em Brasília. "O processo de ajuste da economia está avançando dentro do padrão normal. Empresas têm se adaptado, se preparado para crescer."

    Já a avaliação para a retomada do mercado de ações é que a recente apreciação da moeda americana em conjunto com a baixa pontuação do Ibovespa deixou o principal índice da Bolsa nacional "barato" para os estrangeiros, o que pode ter motivado novas compras de papéis nesta sessão.

    Folhainvest

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