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    China usa compra de ações por estatais para conter queda da Bolsa

    DO "FINANCIAL TIMES"

    29/07/2015 02h00

    Fred Dufour/AFP
    Investidores em Pequim (China) observam em painel movimentação das ações
    Investidores em Pequim (China) observam em painel movimentação das ações

    Um dia depois da maior queda em oito anos, a Bolsa de Xangai voltou a ter perdas nesta terça-feira (28), mas bem mais brandas.

    A principal Bolsa da China fechou em baixa de 1,7%, após a desvalorização de 8,5% no dia anterior, no que foi o pior resultado desde 2007 e o segundo pior da história do mercado financeiro do país asiático.

    A redução no tombo se deve a uma ação programada: investidores comandados pelo Estado, conhecidos em chinês como "seleção nacional", realizaram pesadas compras de papéis chineses a fim de escorar o principal índice de ações do país.

    A "seleção nacional" consiste de grandes instituições com centenas de bilhões de yuan em ativos, como a China Securities Finance Corp, fundo criado para prover liquidez e financiar operações de margem das corretoras e que vem servindo como principal veículo do governo para o resgate ao mercado.

    Outros integrantes da seleção incluem corretas estatais, grandes seguradoras e a Central Huijin Investment, a holding que detém participações majoritárias do governo na maioria das grandes instituições financeiras do país.

    As ações de bancos e seguradoras foram as principais beneficiárias das aquisições direcionadas. Sua alta ajudou a sustentar o índice, que abriu em queda de 4% e chegou a recuar mais de 5%.

    Na China, a "seleção nacional" conta com muita torcida, graças em parte à ordem do governo de que a mídia estatal reporte apenas notícias positivas e que ajudem a sustentar a confiança dos investidores.

    "É um sistema muito manipulado e viciado, no momento, porque o governo é o único comprador substancioso, e todo mundo está correndo para a saída ou para a entrada ao mesmo tempo", disse Fraser Howie, coautor de "Red Capitalism".

    "É por isso que há esses tremendos surtos de volatilidade", afirmou.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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