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    Confira dicas de como investir em cenário de juros em alta

    DE SÃO PAULO

    29/07/2015 12h50

    Fernando Frazão - 24.jul.2012/Folhapress
    Com juros em alta, títulos públicos pós-fixados ganham atratividade
    Com juros em alta, títulos públicos pós-fixados ganham atratividade

    O Banco Central só deve começar a reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 2016, na avaliação de economistas. Nesse cenário, afirmam, os fundos DI e títulos públicos pós-fixados (Tesouro Selic) são uma alternativa para o pequeno investidor em relação a outras aplicações de renda fixa.

    Essas aplicações seguem a variação dos juros, diferentemente dos investimentos prefixados, em que o rendimento é determinado no momento da aplicação, como no Tesouro Prefixado. No Tesouro Selic, o rendimento é atrelado à própria taxa de juros.

    O Tesouro IPCA com juros semestrais também é recomendado, pois sua remuneração é composta por um juro predeterminado e pelo IPCA (indicador oficial da inflação no Brasil).

    Vale destacar, porém, que os títulos públicos sofrem a chamada marcação a mercado, em que o valor de venda é atualizado diariamente pela diferença entre a taxa de juro do momento e a de emissão do papel.

    Se a taxa do momento for maior do que a da emissão do título, isso reduz o valor de revenda, aplicado caso o investidor queira se desfazer da aplicação antes do prazo e que também afeta negativamente a rentabilidade de fundos que aplicam nesse papel. Por isso é que, em cenário de aumento de juros, a marcação a mercado prejudica, principalmente, os títulos prefixados.

    Editoria de Arte/Folhapress

    TAXAS

    É preciso, no entanto, ficar atento às taxas cobradas na aplicação, que também podem corroer parte dos rendimentos. A BM&FBovespa e o Tesouro extinguiram a taxa de negociação na compra de títulos –que era de 0,1%– para reduzir os custos do investimento.

    Agora, para aplicar no Tesouro, há uma taxa de custódia, cobrada pela BM&FBovespa, de 0,3% ao ano, e outra cobrada pela instituição financeira escolhida pelo investidor –muitas não cobram, mas ela pode variar até 2%. Para pesquisar as taxas das instituições, há uma lista no site do Tesouro.

    Vale lembrar que incide ainda na aplicação o Imposto de Renda —alíquota regressiva que começa em 22,5% e cai gradativamente até 15%— e IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) –para resgate antes de 30 dias.

    Apesar de o Tesouro oferecer vantagens como o baixo custo, a praticidade e a garantia do governo, antes de escolher uma aplicação o investidor deve definir três premissas: a quantia disponível para o investimento, o objetivo e o prazo para resgatar os recursos. Assim, é mais fácil escolher a opção mais adequada.

    Além disso, se o investidor precisar do dinheiro antes do vencimento do título, pode sofrer com a marcação a mercado. Neste caso, pode ser mais interessante aplicar em um fundo DI, que tem liquidez diária. "Eles também são beneficiados pelo aumento da taxa de juros, mas é preciso tomar cuidado com as taxas de administração", avalia Paulo Dantas da Costa, presidente do Conselho Federal de Economia.

    BOLSA

    O aperto monetário restringe a oferta de crédito no país e freia o crescimento econômico, o que tem reflexo negativo no desempenho financeiro das empresas, inclusive as negociadas na Bolsa. Mesmo assim, especialistas lembram que também há boas oportunidades no mercado acionário.

    É preciso garimpar as melhores alternativas. Com o recente aumento do dólar, por exemplo, algumas exportadoras podem se destacar. Isso porque a alta da moeda americana beneficia a receita dessas companhias. Por outro lado, o mesmo aumento do dólar pode piorar o endividamento de empresas com dívida na moeda americana. Portanto, é preciso analisar bem o cenário para cada empresa antes de escolher uma ação para investir.

    Folhainvest

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