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    Diretor do Banco Central se abstém de participar de reunião que definiu Selic

    ISABEL VERSIANI
    DE BRASÍLIA

    29/07/2015 21h56

    Fernando Frazão - 24.jul.2012/Folhapress
    Poupança perde para fundos com Selic a 14,25% ao ano
    Poupança perde para fundos com Selic a 14,25% ao ano

    O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Tony Volpon, se absteve de participar da reunião do Copom desta quarta-feira (29) em que foi definida uma nova elevação de 0,5 ponto da taxa básica de juros, a Selic, para 14,25% ao ano.

    A iniciativa do diretor ocorreu depois que declarações dadas por ele na semana passada sobre os juros geraram polêmica.

    Segundo noticiado pelo jornal "Valor Econômico" Volpon descartou em apresentação pública a investidores a possibilidade de votar por uma redução dos juros até que a projeção do BC apontasse para uma inflação no centro da meta de 4,5%.

    Taxa básica de juros (Selic)

    Alguns analistas de mercado e políticos avaliaram que, ao fazer esse comentário, o diretor teria antecipado o seu voto no Comitê de Política Monetária.

    As projeções do BC atualmente indicam que a inflação fechará este ano em 9% e em 4,8% em 2016.

    Nesta quarta-feira, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) defendeu a demissão de Volpon. Na terça-feira (28), o senador José Serra (PSDB-SP) já havia sustentado, em artigo publicado na Folha, que o Senado deveria se pronunciar sobre o comportamento de Volpon.

    Em nota, a diretoria do BC informou que compreendeu a decisão de Volpon de não participar da reunião e que já havia "acolhido" os esclarecimentos dados pelo diretor sobre o episódio.

    Em reunião extraordinária da diretoria do BC na terça-feira, cuja ata foi divulgada nesta quarta pelo BC, Volpon afirmou que seus comentários não representaram antecipação do voto, mas apenas a reafirmação de que sua decisão seria tomada com base nas projeções da inflação futura.

    Como as declarações foram dadas em um evento público, "não representou vantagem competitiva ou informação privilegiada para qualquer agente econômico", argumentou o diretor.

    Infográfico Juros em alta - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

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