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    Santander tem retração no crédito, mas aumenta lucro no 2º trimestre

    TONI SCIARRETTA
    DE SÃO PAULO

    30/07/2015 11h41

    Marlene Bergamo/Folhapress
    Fachada da agência do Banco Santander, dentro do Shopping Tatuapé, em São Paulo
    Fachada da agência do Banco Santander, dentro do Shopping Tatuapé, em São Paulo

    Depois da desaceleração no crédito, os bancos privados já começam a registrar retração no volume de empréstimos, especialmente para as empresas, entre o primeiro e o segundo trimestre de 2015.

    A contração aparece nos resultados do Bradesco e do Santander, segundo e terceiro maiores bancos privados do país. Mesmo assim, as instituições conseguiram elevar o lucro apurado, graças a uma combinação de margens maiores nos financiamentos concedidos, bom resultado das aplicações financeiras e forte controle da inadimplência e dos custos administrativos, além de receitas crescentes de serviços e tarifas.

    No Bradesco, o volume de empréstimos para empresas caiu 0,4% –de R$ 321,3 bilhões para R$ 319,9 bilhões do primeiro para o segundo trimestres deste ano. Isso significa que os novos empréstimos concedidos não foram suficientes sequer para renovar o estoque antigo.

    A maior retração foi do financiamento para pequenas, médias e microempresas, segmento mais sensível à recessão. O volume de crédito nesse nicho caiu 2,7%, de R$ 114,9 bilhões para R$ 111,8 bilhões nessa comparação.

    O resultado só não foi pior porque houve um crescimento de 1% nos empréstimos para o consumidor pessoa física, que saltaram de R$ 142,1 bilhões para R$ 143,5 bilhões. Os destaques foram para o financiamento imobiliário e o consignado, segmentos de baixo risco de calote, que tiveram alta de 4,7% e 4,1%.

    Lucro líquido

    Carteira de crédito

    Carteira por segmento – Santander

    Carteira por segmento – Bradesco

    Mesmo assim, o crédito ao consumidor é menos da metade do volume destinado a empresas. Como um todo, o Bradesco terminou o segundo trimestre praticamente no mesmo ponto em que iniciou, com volume de crédito estagnado em R$ 623,4 bilhões.

    "Houve uma retração grande na demanda por empréstimos. Do limite total de crédito pré-aprovado para os clientes, só 20% se transformaram em empréstimo", disse Luiz Carlos Angelotti, diretor financeiro do Bradesco.

    PERÍODO DESAFIADOR

    "É um período desafiador, mas essas crises vêm e vão", afirmou Luiz Trabuco, presidente do Bradesco.

    Apesar da fraqueza do crédito, o Bradesco teve um lucro líquido de R$ 4,473 bilhões no segundo trimestre –18,4% mais do que no mesmo período de 2014.

    O ganho foi impulsionado pelo aumento de 13,9% na chamada margem de ganho das operações que rendem juros, como os empréstimos, que passou de R$ 11,8 bilhões para R$ 13,4 bilhões. A receita com tarifas e serviços cresceu 11,8%, e os seguros, 19,3% na comparação como o segundo trimestre de 2014.

    SANTANDER

    No Santander, o volume total de empréstimos encolheu 1% do primeiro para o segundo trimestre (veja quadro).

    As maiores retrações ocorreram nos segmentos de grandes empresas (-3,9%), financiamento a veículos e consumo (-2,3%), e pequenas e médias empresas (-0,9%) na comparação do primeiro com o segundo trimestre. A exceção foi o crédito para consumidor pessoa física feito nas agências, que cresceu 2,1%.

    Mesmo assim, o lucro da subsidiária do banco espanhol alcançou R$ 1,675 bilhão –16,6% mais que no mesmo período de 2014. Parte da melhora se deve à recuperação de R$ 628 milhões em perdas com calotes.

    Folhainvest

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