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    Decisão sobre participação do FMI no resgate grego será adiada por meses

    DO "FINANCIAL TIMES"
    DE SÃO PAULO

    30/07/2015 11h41

    O conselho do Fundo Monetário Internacional (FMI) foi informado de que a alta dívida de Atenas e seu histórico de ineficiência na implementação de reformas desqualificam a Grécia de receber um terceiro resgate do FMI, o que causa novas questões sobre a participação da instituição no novo resgate financeiro por parte da União Europeia.

    A determinação, apresentada por funcionários do Fundo em uma reunião de conselho de duas horas de duração na quarta-feira, significa que embora a equipe do FMI deva participar das negociações de resgate em curso atualmente em Atenas, o Fundo não decidirá por meses se vai ou não concordar com um novo programa– e possivelmente só o fará no ano que vem.

    O atraso pode ter repercussões significativas, especialmente na Alemanha, cujos governantes há muito vem dizendo que seria impossível conquistar aprovação do Bundestag [Legislativo] para o novo pacote de resgate de € 86 bilhões sem a participação do FMI.

    De acordo com um sumário "estritamente confidencial" da reunião de quarta-feira (29), um documento de quatro páginas obtido pelo "Financial Times", os negociadores do FMI "participarão de discussões de política econômica" para garantir que o novo resgate da zona do euro seja "compatível com aquilo que o Fundo tem em mente".

    Mas eles "não poderão chegar a acordos em nível de equipe de trabalho, neste estágio". O Fundo só decidirá se vai participar durante um "estágio dois", depois que a Grécia tiver "concordado quanto a um conjunto abrangente de reformas" e, crucialmente, depois que os países da zona do euro que contribuirão com verbas para o resgate "concordarem em perdoar parte da dívida".

    Essa condição pode se provar um obstáculo intransponível, porque Berlim e outros governos credores até agora resistiram vigorosamente a qualquer sugestão de perdoar dívidas gregas.

    De acordo com o sumário, o representante da Grécia no conselho do FMI disse que Berlim "teria preferido que o Fundo se movesse em paralelo" com as negociações de resgate na zona do euro. Em lugar disso, as autoridades alemãs agora enfrentam a perspectiva de, dentro de algumas semanas, tentar aprovar o resgate de 86 bilhões de euros em um Bundestag cético sem a anuência do FMI.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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