• Mercado

    Wednesday, 08-May-2024 17:04:07 -03

    Nova meta fiscal 'zera' ganho de fundo de inflação

    TONI SCIARRETTA
    DANIELLE BRANT
    DE SÃO PAULO

    01/08/2015 02h00

    Daniel Marenco - 4.ago.2011/Folhapress
    Dólar sobe 10% e impulsiona ganho de fundos cambiais em julho
    Dólar sobe 10% e impulsiona ganho de fundos cambiais em julho

    A redução da meta fiscal do governo, anunciada no último dia 22, causou uma reviravolta tão grande nas taxas de juros dos títulos públicos, que praticamente zerou o ganho em todo o mês de julho dos fundos de investimento ligados a índices de inflação.

    A explicação é que, diante do fracasso do governo em atingir uma meta mais ambiciosa, o mercado de juros passou a contar com taxas mais elevadas no final desta década e no início da seguinte.

    Por exemplo, os juros para 2019, primeiro ano do próximo governo, foram de 12,6% para 13,2%, enquanto os para 2025 passaram de 12,5% para 13,1%, entre os dias 22 e 30.

    Essa mudança causou um deságio no valor dos títulos Tesouro IPCA (rendem inflação mais juros), que derrubou o valor dos papéis e das cotas dos fundos. Para se ajustarem à nova realidade de juros, esses títulos têm de ser negociados com desconto equivalente à diferença de ganho entre os juros atuais e aqueles quando foram emitidos.

    No caso da categoria fundo de índices, que compram esses papéis, o retorno foi de 0,17% em julho (até o dia 28, último dado), sem descontar Imposto de Renda. Em 30 dias, o ganho cai para 0,02%. Nos últimos 12 meses, porém, esses fundos acumulam ganho de 10,94% –9,03% após descontar IR na alíquota de 17,5%, válida para um ano.

    Ranking de investimentos

    RANKING

    Com a alta de 10% no dólar em julho, os fundos cambiais lideraram as aplicações no mês com ganho líquido de 7,43%, já descontando o IR. Em 12 meses, a rentabilidade chega a 43,19% (veja quadro). A aplicação é indicada para quem tem despesas em dólar. Em julho, a moeda foi de R$ 3,107 a R$ 3,42 com as turbulências na Grécia e na China, além de dúvidas sobre a capacidade do governo de evitar um rebaixamento da nota de crédito do país.

    A Bolsa fechou no vermelho (-4,17% no Ibovespa), após subir 0,61% em junho. Os fundos livres de ações tiveram perda de 1,54% no mês e de 3,15% em 12 meses.

    POUPANÇA X INFLAÇÃO

    Os fundos de renda fixa e DI tiveram valorização de 0,73% e de 0,86%, respectivamente, em julho (até dia 28), após o desconto de IR.

    No ano, a valorização líquida foi de 10,32% e 10,10%.

    Se ficar nessa casa, o ganho dos fundos de renda fixa será igual ao da poupança. Uma das hipóteses para o mau rendimento desses fundos é que eles também foram afetados, porém em menor escala, pela alta dos juros com prazos mais longos, como ocorreu com os fundos de índices.

    Ainda assim, será maior do que a última previsão para o IPCA, de 0,58% em julho. Em 12 meses, o acumulado até junho é de 8,89%. Para agosto, a expectativa é que o dólar continue pressionado e a Bolsa tenha dificuldade para reagir em meio à fraqueza da economia.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024