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    Importações despencam e balança comercial tem novo superavit em julho

    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    03/08/2015 15h17

    A balança comercial brasileira voltou a registrar superavit neste ano, com exportações e importações nos menores níveis desde 2010.

    Em julho, as exportações superaram as importações em US$ 2,38 bilhões. É o quinto mês seguido de superavit.

    No acumulado do ano, o país está superavitário em US$ 4,6 bilhões no comércio exterior. No mesmo período de 2014, foi registrado deficit de quase US$ 1 bilhão, segundo o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

    As importações caíram 25% em julho deste ano em relação ao mesmo mês de 2014, enquanto as exportações recuaram 20%.

    No acumulado do ano, as vendas ao exterior somam US$ 112,9 bilhões, queda de 15,5% em relação ao mesmo período de 2014. As importações, de US$ 108,3 bilhões, recuaram 19,5%.

    O ministério tem como previsão um saldo comercial positivo entre US$ 8 bilhões e US$ 10 bilhões em 2015.

    Balança comercial

    PREÇOS EM QUEDA

    A queda nas exportações tem sido determinada pela redução de preços no mercado externo. A quantidade de produtos embarcados aumentou 7% nestes sete meses, mas o valor vendido caiu 21%. Nas importações, preços e quantidade recuaram cerca de 10%.

    "A redução do valor exportado ao longo do ano é decorrente exclusivamente da redução dos preços dos produtos, visto que a quantidade está crescendo. Nas importações, há redução tanto do preço como das quantidades", afirmou Herlon Brandão, diretor de estatísticas e apoio à Exportação da Secretaria de Comércio Exterior.

    Minério de ferro, complexo da soja e petróleo e derivados representam 79% da queda no valor exportado no ano, movimento causado pela redução de preços. Brandão afirmou que o governo não vê uma recuperação nas cotações desses produtos no curto prazo.

    O preço do minério de ferro caiu quase 50% no ano. Petróleo e soja, cerca de 20%. Em quantidade, os três bateram recorde de venda. A soja, por exemplo, bateu recorde de embarques nos três últimos meses, devido à safra recorde no Brasil.

    Em relação a petróleo e derivados, houve queda de 29% nas exportações. Apesar do aumento na quantidade, houve redução nos preços. Nas importações, preços e quantidade comprada caíram, resultando em um gasto 42% menor.

    CÂMBIO

    O ministério informou que ainda não é possível mensurar o quanto dos resultados está relacionado à questão cambial.

    Para o ministério, a queda nas importações está relacionada, principalmente, à atividade econômica mais fraca no Brasil.

    As exportações também têm sido determinadas por uma série de fatores, incluindo cotações internacionais e queda na demanda em parceiros comerciais importantes.

    "Vemos relatos pontuais [sobre efeito câmbio nas importações e exportações]. O que tem de mais imediato é ajudar na receita em real dos setores que estão perdendo com preços", afirmou Brandão.

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