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    Cade livra Abilio Diniz de apuração sobre compra do Carrefour

    GIULIANA VALLONE
    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    04/08/2015 21h10

    O empresário Abilio Diniz, presidente do conselho da BRF, livrou-se nesta terça (4) de investigação no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) sobre a compra de participação na filial brasileira do Carrefour.

    Ele era acusado pelo Ibedec (Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo) de ter praticado ato de concentração de mercado que deveria ter sido notificado ao conselho.

    Em geral, as ações que devem ser comunicadas envolvem participação acima de 20% no caso de fusão de empresas concorrentes ou na relação entre fornecedores.

    O empresário adquiriu em dezembro uma fatia de 10% do Carrefour Brasil -elevada em junho para 12%. Na BRF, Abilio tem menos de 3% de participação acionária.

    Após análise da estrutura social das empresas detidas por Abilio, o Cade determinou que a operação não exigia notificação.

    O Ibedec argumentava, ainda, que o fato de que Abilio ocupar "posição significativa de investimentos" no Carrefour e na BRF poderia gerar favorecimento de uma empresa em relação à outra — a BRF é fornecedora da varejista.

    De acordo com o Cade, no entanto, os poderes do empresário em ambas as companhias são "limitados" e, portanto, não possibilitariam a tomada de decisões que possam favorecer uma delas sem a aprovação de outros administradores.

    O conselho havia pedido ainda informações sobre o aluguel de 67 imóveis de Abilio Diniz ao grupo Pão de Açúcar, principal concorrente do Carrefour no país.

    Os contratos de locação comerciais envolvem um percentual do faturamento da loja o que, em tese, poderia fazer o empresário ter informações relevantes do ponto de vista concorrencial sobre o desempenho de vendas da empresa rival.

    Em sua avaliação, o Cade afirma que não encontrou indícios "claros e imediatos" de que a relação comercial entre as companhias possa afetar negativamente a concorrência no mercado de varejo brasileiro.

    Pelo contrato com a subsidiária do Carrefour no país, Abilio pode aumentar sua participação na companhia para 16% até 2018.

    Além da fatia no Brasil, o empresário também atingiu em abril uma fatia de 5,07% na rede varejista francesa.

    A operação colocou Abilio no posto do quarto maior acionista individual da companhia.

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