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    BC aumenta intervenção no câmbio com maior oferta de swaps

    TONI SCIARRETTA
    DANIELLE BRANT
    DE SÃO PAULO

    06/08/2015 20h04

    Sergio Lima/Folhapress
    Fachada do Banco Central, em Brasília
    Fachada do Banco Central, em Brasília

    O Banco Central decidiu aumentar o ritmo de intervenção no mercado de câmbio após o dólar fechar nesta quinta (6) em R$ 3,53, o maior valor nominal (sem descontar a inflação) em mais de 12 anos. Foi o sexto dia seguido de valorização da moeda.

    Para conter a alta do dólar, o BC anunciou, no início da noite, aumento na oferta de contratos conhecidos como swap cambial.

    Os papéis funcionam como um seguro para quem quer se proteger de uma forte alta do dólar, desincentivando a procura pela moeda e, assim, impedindo que ela suba mais.

    Antes desse anúncio, o BC mantinha a disposição de diminuir, gradualmente, a oferta desses contratos. A expectativa, até então, era que a oferta desses papéis fosse suficiente para renovar só 60% dos contratos existentes.

    Para o leilão desta sexta (7), porém, o BC elevou de 6.000 para 11 mil o volume de contratos. Se mantiver o novo ritmo até o fim do mês, o BC vai renovar praticamente 100% do lote desses contratos que vence em setembro.

    RECORDE

    O dólar chegou a bater em R$ 3,57 nesta quinta após a pesquisa Datafolha mostrar que a reprovação à presidente Dilma Rousseff (PT) superou as piores marcas registradas por Fernando Collor (1990-1992) às vésperas do impeachment.

    A moeda só perdeu força após o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, afirmar que o mercado de câmbio estava agindo com "pouca racionalidade".

    O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 1,12% e terminou negociado a R$ 3,533 — maior cotação desde 5 de março de 2003, quando encerrou a R$ 3,555 (valor que, corrigido, equivale hoje a R$ 5,44). No ano, a alta da moeda chega a 31%.

    O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, subiu 1,28% e fechou em R$ 3,535, também no maior nível nominal desde 5 de março de 2003.

    O real foi a moeda emergente com maior desvalorização nesta quinta, segundo a Bloomberg. Das 24 principais moedas emergentes, apenas 5 perderam valor diante da divisa americana.

    O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em baixa de 0,55%, marcando 50.011 pontos.

    Para Eduardo Velho, economista-chefe da Invx Global Partners, a pesquisa Datafolha aumentou a pressão da oposição pela abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma.

    "O Congresso sente o isolamento do governo e o descontentamento com a presidente. Isso eleva a probabilidade de assumir uma posição contrária aos ajustes defendidos pelo governo", afirma.

    "Houve uma volatilidade forte após a divulgação da pesquisa. A economia já não ajuda e temos um cenário sombrio pela frente", disse Reginaldo Galhardo, da corretora Treviso.

    Folhainvest

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